É um bocado ridículo ver os zelotas dos partidos do arco da governação (podemos incluir a autárquica se assim o quiserem) a trocar acusações sobre favorecimentos políticos no aparelho de Estado, a escavar citações que contradizem as práticas e muita promessa por cumprir. Como se todos nós não soubéssemos que são muito pouco diferentes uns dos outros, unindo-se nessa prática comum do opaco nepotismo.
Existisse um avo de decoro e pudor e as falsas virgens recolheriam as vestes antes de as rasgar e evitariam um espectáculo público de comum indignidade. Não é preciso estarem sempre a demonstrar como a “classe política” é uma das maiores – quiçá a maior – vergonha de um país que, infelizmente, se encontra aprisionado numa armadilha europeia que torna quase impossível varrer toda esta gente e refundar isto a sério.