Ver e ouvir Passos Coelho a tentar fazer toda a gente passar por parva, o que é mais confrangedor quando ele não é propriamente dotado de mais do que de um chico-espertismo mal envernizado.
Que não, que aquilo da sobretaxa não foi uma enorme aldrabice pré-eleitoral – a isso já os seus acólitos não chamam fraude – e que ele sempre pensou que seria possível devolver “entre um quinto e um quarto do valor”, quando o que prometeram foi bem acima disso e tudo veio a escorregar para zero em menos de um mês.
Há alturas em que não devemos de chamar mentiroso e quem diz mentiras e deixarmo-nos de rodeios ou fórmulas de politiquês. Passos Coelho deve achar que, talvez por não ser possível achar qualquer rasto documental, não é possível “provar” que aldrabou para que as eleições não se lixassem. Aldrabou e mentiu, sendo apenas deprimente que o tenhamos de aturar a fazê-lo com aquele ar de sonso, como se tivesse acabado de receber a hóstia depois de se achar livre de pecado, após auto-absolvição.

Gostar disto:
Gosto Carregando...