Período de Nojo

Legislativo. Em matéria de Educação. Já não é a primeira vez que isto me ocorre aos dedos. Pronto, o Bloco já se chegou à frente para acabar com o exame fascista da 4ª classe e poderíamos, durante uns meses, ficar mesmo por aí, enquanto o ministro aprende umas coisas, os secretários de Estado se ambientam, se faz a lei orgânica, se pedem uns estudos não-pedrosos, se fazem umas reuniões com o presidente do CNE, com os parceiros, se promovem umas conferências e umas visitas ao terreno. Tenho mais umas ideias “de esquerda” mas depois de escrever o post, achei que iria ferir demasiadas susceptibilidades, de tão perspicaz que era a minha abordagem.

A sério… sem um tipo dar por isso e chegava-se ao fim do ano letivo. E nem sabem o bom que seria, o descanso que daria às escolas.

Bem… já agora podiam meter os exames do 6º ano apenas na segunda quinzena de Junho… mas isso ia chatear o senhor iavé e isso não queremos fazer, by jove!

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Prognóstico Retrospectivo

Escrevi o post anterior logo pela manhãzinha, dei as minhas aulas e, a caminho de casa, chega-me a notícia que que já habemus secretários de Estado. Colega e vizinha comum, fez-me saber que João Costa (a minha hipótese mais firme para ME por ser o único elemento próximo de António Costa com conhecimentos sobre o sector) será o próximo secretário de Estado da Educação. O que, atendendo ao perfil do ministro, me faz acreditar que é secretário porque assim o quis, não querendo ir mais alto. Como secretária de Estado adjunta a TSF informa-me que será Alexandra Leitão, o que a mim também diz pouco, apesar destas preocupações. Ainda a TSF me diz que, no ministério ao lado, a nova secretária de Estado é uma antiga colega minha de curso muitíssimo bem colocada na última década em tudo o que foi evento comemorativo com verbas para distribuir, a Fernanda Rollo, o que irá dar bastante que falar no próximo almoço de curso a que ela faltará certamente pela quase trigésima vez. E eu posso ficar descansado e não perder tempo a apresentar seja que projecto for seja onde for :-).

Mas voltando à Educação “não-superior”. Apesar de morarmos há anos a poucas centenas de metros e ele se ter tornado director da Faculdade onde fiz licenciatura e mestrado – o que só abona em favor do seu bom gosto – não o conheço pessoalmente. Do que conheço em termos públicos parece-me, como disse acima, que é a única pessoa de confiança do inner circle de António Costa com conhecimentos e competência na área da Educação. Dos restantes cortesãos, nem é bom falar. Conta-me quem o conhece que é pessoa de bom trato, o que será óptimo para lidar com a FNEprof. Resta agora saber tudo o mais. Se vai ter alguma ideia para mudar ou travar o que está manifestamente mal ou se vai limitar-se a ser um executor disciplinado das políticas herdadas.

Prognósticos, só daqui a uns tempos.

HomerAnim

Futurologia Educacional

Em matéria de Educação, o PS tem um programa com o qual discordo globalmente, pois não renega praticamente nada da herança de Maria de Lurdes Rodrigues, à excepção da PACC. Tudo o resto é para manter ou aprofundar e só os distraídos tomarão o fim do “exame” do 4º ano (o principal denominador comum das “políticas de esquerda” em Educação) como uma ruptura com o mandato de Nuno Crato. Até porque o consenso muito além de central é imenso acerca de algumas medidas que passam por inteligentes, como a alegada racionalização dos custos e a pretensa descentralização da gestão escolar (leia-se “”municipalização”). E quem não pensa assim é esquerdista radical. Só que, agora, até esses estão a amparar o futuro governo.

Do novo ministro pouco ou mesmo nada se sabe sobre o seu pensamento nestas matérias, sendo que é bonito dizer-se que se vai aprender, mas demora um bocado e há coisas que se devem saber antes de subir para uma bicicleta, como sejam as suas partes básicas e como funcionam. Não dá jeito pedalar o selim, sentado no guiador.

O que nos remete para a equipa de secretários de Estado que, de acordo com alguma lógica, serão dois, um de tendência fofinha para as questões mais pedagógicas e curriculares e outro da facção mais economicista para as matérias da administração escolar. Esses dois nomes, a saber em breve, serão decisivos para se perceber se vai continuar essencialmente com o mesmo, mas agora com a FNEprof amansada e muito espaço à mesa de um diálogo construtivo para aveludar o supositório do suponhamos.

zandinga