Aquilo que consumimos como sendo notícias? A vulnerabilidade económica da comunicação social presta-se muito a projectos com contornos duvidosos, de quem sabe que o sector não é viável sem as conexões certas no plano da publicidade, das parcerias, das compras antecipadas de parte das edições. O que se está a passar com o I e o Sol serve para demonstrar algo mais do que a sua circunstância particular, pois ajuda a perceber os limites de certos investimentos e como muitas vezes acreditamos ser informação o que não passa de outra coisa, por muito que seja o profissionalismo de quem trabalha na base mas não tem qualquer palavra a dizer quando quem manda acha que o projecto já não está a cumprir a sua missão. Seja a ampliar briefings de gabinetes de comunicação, seja a cozinhar indicadores financeiros baseados em dossiers exclusivos. Ou a investigar o que há quem queira que seja descoberto e deixa a descoberto para ser achado. E eu nem sou grande fã do Mulder.
E então aquelas grandes conferências e debates promovidos por jornais em associação com grandes empresas e com uma fileira de patrocínios, onde se convive para conseguir manter afagado o ego de quem tem o telecomando na mão.
Censura para quê? Assim consegue-se quase o mesmo, com muito menos aparato e sem despertar as mesmas intenções. O exame prévio é feito muito antes da primeira letra ser imaginada.