Tal como há uns anos, quando me chamavam reaccionário e anti-comunista por criticar o governo do PS ou as tácticas da Fenprof, agora sou imediatamente crismado de esquerdista, bloquista, cripto-comunista quando manifesto a minha satisfação por ver a dupla Pedro e Paulo fora da governação e gozo com a erudição mal envernizada de muitos dos vultos do pafismo. Não é que me ofenda… há dias em que sou mesmo reaccionário e outros em que sou do mais liberal, no duplo sentido que nem todos atingem. Por exemplo, acho disparatado todo o debate em torno dos pseudo “exames da 4ª classe”, o que parece que me torna salazarista (também já me chamaram isso por ser contra a municipalização da gestão das escolas). Mas quando acho que deve existir uma gestão democrática e partilhada nessas mesmas escolas, parece que sou marxista, trotskista ou basista, tal como quando defendo que o ensino vocacional é uma fraude.
Cada vez acredito mais que a prática da liberdade incomoda muito quem só sabe cavar trincheiras e disparar em nome dela. Fazem-me lembrar os jihadistas de todos os credos que se julgam os únicos e matam (metafórica ou literalmente) em nome da SUA liberdade.