Afinal

Parece que, cores partidárias colocadas de parte, alguns países do antigo Bloco de Leste partilha(va)m, afinal, algumas das crenças autoritárias, intolerantes e mesmo totalitárias dos antigos patronos soviéticos. Já vimos o caso da Hungria com a sua recuperação da política de muros, agora é o da Polónia com a sua estratégia de redução das liberdades, de controle da comunicação social e de atropelamento sem fuga das regras do Estado de Direito.

Afinal…

Boato

Presidenciais – 4

Do humor ou da falta dele nos debates e nos discursos dos candidatos. Não é que o país esteja em situação sorridente, mas há que ter um pouco mais do que ar de poucos amigos e de zanga com todo o mundo e arredores. Se exceptuarmos o Tino de Rans, que também se ri por tudo e nada, a maioria dos restantes candidatos parecem estar todos num enterro. Embora o país esteja, realmente, um bocado para o decrépito e a meia caminho de uma extrema-unção, também não deixa de ser verdade que precisamos que na presidência esteja alguém que não pareça um coveiro, porque para isso chegam os últimos dez anos. O Henrique Neto e o Paulo Morais parecem zangados com todo o mundo e arredores, sempre com um ar de quem acabou de lhes atirar com o mosquedo todo para a sopa e ainda lhes cobrou menu gourmet, com sugestão de não pedirem factura e deixarem gorjeta choruda. A Marisa Matias assusta-me um bocado com aquela voz de quem vai meter toda a gente na ordem se não nos portarmos bem, enquanto o Edgar Silva parece o homem de ferro com uma só expressão, quase como se fosse o Schwarzenegger em início de carreira (depois fez umas coisas em que já tinha uns esgares a simular sorrisos). Quanto à Maria de Belém, apesar de algum upgrade estético, fico de tal maneira fascinado com aquele globo capilar que nem percebo se sorri ou o que diz (acho que é um mecanismo inconsciente de auto-defesa).

Sobram apenas António Sampaio da Nóvoa e Marcelo Rebelo de Sousa com capacidade para sorrir ou introduzir alguma empatia e simpatia no discurso, sabendo-se que o segundo é um verdadeiro artista nessa matéria de sorrir perante os maiores despautérios (como aconteceu no debate com Henrique Neto), enquanto o primeiro parece por vezes um pouco preso às amarras de uma pose pública que pretende transmitir principalmente seriedade, mas que só ganharia em transmitir mais o calor e humor que lhe é natural em ambientes mais restritos e descontraídos.

Os portugueses andam macambúzios, desanimados e irritáveis como nunca e por isso mesmo é que precisam que alguém lhes eleve o moral, os faça sentir bem, mas sem ser na base do artifício quimicamente induzido. Precisam de um presidente caloroso, com um sentido de humor adulto, que substitua a robotização da postura ou infantilização da graçola acagarrada. Precisam de um discurso natural, fundamentado mas não agarrado a papéis ou a clichés, erudito mas não exibicionista, bem-disposto q.b. com a vida, mas não idiotizado.

Por isso, penso que passarão à 2ª volta, os candidatos que conseguirem ter essa postura, menos feroz e mais empática, capaz de transmitir a uma humanidade honesta que tem faltado na nossa vida política.

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Foi ali a menos de 1 km de distância* que o novo ME decidiu anunciar que irá anunciar em breve uma solução integrada para a avaliação do Ensino Básico. Há dois caminhos: voltar ao que já foi e optar por uma solução mais leve… a das provas de aferição por amostra que até não me chocava por ali além que se estendessem ao 6º ano, ficado apenas os “exames” para o 9º ano. Como se vê, até um empedernido adepto das provas finais consegue fazer concessões a outros modelos. O da amostragem tem a vantagem de perturbar menos as escolas e ser bem mais barato; a desvantagem é que criaria uma nova ruptura na análise diacrónica dos resultados e não daria um retorno individualizado a cada escola.

Mas o que eu gostava mesmo é que o calendário das provas as fizesse sair do meio de Maio. Isso é que era mesmo uma grande ideia. Como se vê, já peço pouco, a ver se a partir de pequenas coisas se melhora um pouco a vida nas escolas para todos.profpardal

* Interrogo-me se nesta escolha não terá existido uma mãozinha do lobby escuteiro aqui da península… 🙂

O Regresso

Retomo no Público de hoje, com ligeiras alterações, um texto que aqui publiquei há menos de uma semana sobre o momento do regresso às aulas, em forma de estado d’alma que constatei estar cada vez mais generalizado.

E quando me dizem que as escolas são para servir os alunos e não os interesses dos professores, percebo que nos comparam, para pior, com cadeiras ou mesas, pois não me parece que alguém defenda material escolar em mau estado como sendo algo que serve bem os alunos.

PG PB