Ideias Avulsas – 3

O tal exame made in Cambridge. Desde o dia em que foi anunciado que acho que, nos termos em que foi colocado, é uma espécie de aberração para cosmopolitas provincianos.

Dois pontos básicos:

Queremos avaliar o que se está a fazer na área do Inglês – depois da jigajoga do entra-sai-entra do 1º ciclo – então o IAVE que faça a prova, pois se as faz para o Secundário, também será capaz de a fazer para o Básico. Prova de aferição, final, logo no 6º, apenas no 9º, tanto se me dá. Mas que seja feita nos moldes em que o resto das provas se faz.

Se queremos ter uma prova de prestígio para competir com o ensino privado do Inglês, então que  seja facultativa. Faz quem quer, paga quem quiser, nada de obrigatoriedades. É um serviço extra no ensino público, tudo bem, mas discordo frontalmente que seja feito de forma obrigatória e ainda por cima pedindo dinheiro avançado, antes da classificação, a quem queira um certificado de curta validade. O problema é que me parece que, sei lá, anda demasiada gente interessada neste modelo ou então é para épater les bougeois. Ou espantar os pategos. For english to see. Whatever. Comme ci, comme ça.

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Ideias Avulsas – 2

Esta é daquelas que acho que são demasiado à frente para estes tempos imediatos. É sobre a avaliação externa e esta coisa emaranhada das provas finais que foram extintas, as outras que não sabemos ainda se serão e as que são para ficar no Ensino Básico.

Sendo eu dos que concordavam com as provas finais e acham que as provas de aferição servem para aferir coisa pouca e são levadas a sério por muito pouca gente – digam-me o contrário, que eu aceno e desligo – não deixo, contudo, de aceitar que se adopte um sistema misto, com provas de aferição intermédias e provas finais só no 9º ano.

Mas, sendo assim, para quê tanto aparato anual, tanta paragem de escolas, tanta gente a classificar provas, se os alunos podem faltar e nada lhes acontece? Podem cruzar os braços durante a sua realização e nenhuma consequência daí resulta? Nesse caso, mais vale optar por um sistema em que só fazem provas no 4º e 6º ano parte das escolas (25%, digamos assim), desde que cada uma delas as faça pelo menos de 4 em 4 anos para permitir -apesar de tudo – uma regular monitorização do seu desempenho.

Com um modelo desses, aliado a provas feitas apenas na semana final de aulas ou em conjunto com o calendário de exames normal do 9º ano e Secundário, as vantagens para o ambiente de trabalho das escolas compensariam, de longe, eventuais desvantagens. Assim existisse a coragem de fazer mesmo um “modelo integrado”, coerente, lógico e não disruptivo do trabalho com os alunos.

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Ideias Avulsas – 1

Podem dizer lá está ele a ver se arranja mais horas para os professores, mas não é nada disso. O regresso da disciplina de EVT com par pedagógico na sala de aula seria um bem imenso que se faria aos alunos porque só quem estiver muito distraído é que não perceberá que actual divisão em duas disciplinas, leccionadas no singular, foi um enorme erro para a qualidade das aprendizagens dos alunos nestas áreas.

Por outro lado, a maior valorização da Educação Musical no horário do 2º ciclo e o seu alargamento, não como disciplina de oferta sujeita a humores e conveniências locais mas como componente curricular fixa seria uma daquelas medidas que faria mais pelo ensino artístico no ensino público que muitas conversas e declarações de amor pela cultura e pelas artes.

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Caminho Certo

Uma boa medida, resta saber se há coragem para assumir com clareza e sem receios que, em Portugal, um concurso único está longe de ser “soviético” (por regra, quem assim o designa tem um passado assim a atirar para o estalinista ou maoísta) e que só quem está demasiado habituado ao cunhismo e às nomeações à medida d@ cliente é que acha que a transparência de um concurso público, mesmo público, está errada. Se os cursos de formação de professores não funcionam bem e as notas são muito díspares, podemos sempre dizer que esse é o resultado da autonomia (leia-se desregulação) que muitos dos actuais críticos ajudaram a implementar no sistema do ensino superior. A BCE, quando se finar, não deixará nem saudades, nem boas memórias. Excepto em certos e determinados casos que mais vale esquecer.

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Aguenta, Aguenta!

Que remédio para os ulricos se não submeterem-se à vontade de quem manda mesmo. Mais um exemplo típico daquele bully de pátio de escola que quando chega à rua e apanha com os verdadeiros grandalhões, se limita à sua insignificância global.

É deprimente, apesar de previsível, verificar a enorme diferença entre a retórica e a capacidade de choque desta gente que adora dar lições aos outros, pregando como frei Tomás.

Falsos pregadores