Esta é muito simples. Não coloquem a alimentação da miudagem a depender do tostão poupado. Não me venham com a conversa de que há alunos que desperdiçam a comida, não comem, dizem sempre mal de tudo. Sim, existem, existirão sempre como existirão sempre adultos a dizer mal de qualquer coisa e a desperdiçar recursos, a franzer a narigueta. Concentrem-se naqueles que, não sendo esquisitos com o que comem, têm padrões mínimos de qualidade (sabor, aspecto, temperatura) e preferem levar comida de casa e comê-la fria do que sujeitar-se ao que lhes é despejado no prato pelo mono ou oligopólio que a central de compras escolheu. A sopa ainda escapa, a fruta sempre é fruta, mas o resto é, em grande medida, apenas uma lista com as calorias adequadas, mas com pouco acima de zero em outros. Não é admissível a poupança neste aspecto e é demagógico dizer que os alunos subsidiados já tem sorte em comer sem pagar.
Confiem nas escolas, confiem em alunos, professores, órgãos de gestão. Se querem confiar nos encarregados de educação, coloquem-nos a fazer verificação de qualidade e a dar a sua opinião.
Aspecto tanto mais importante quanto se sabe que há muitos miúdos que, só na escola, conseguem encontrar uma refeição completa ou mais decente.
Na minha escola (que mesmo assim está num concelho de certo modo privilegiado), também existem.
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