Presidenciais – 9

Novo debate azedo, muito azedo em alguns momentos e, de novo, a roçar a deselegância na forma como MRSousa se dirige aos interlocutores, em particular quando pretende cobrar créditos por ter viabilizado o governo de Guterres. Fez isso com Henrique Neto (a quem disse que só continuara como deputado à sua custa) e agora com Maria de Belém (ela só foi ministra porque ele…). Fica-lhe mal, tem quase 20 anos e é pouco como pergaminho de estabilidade, em especial quando lhe dão a entender que teve contrapartidas por tudo isso.

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Mas o debate de hoje começou sob o signo do debate de ontem, que foi o que marcou a ruptura em relação ao que se vinha passando. O carácter ziguezagueante e intriguista dos dois candidatos foi explorado por ambos, nem sempre da forma que acho mais eficaz e perceptível para o eleitor comum que, com muita justiça, achará que são tod@s o mesmo. Algo que não acontece com Sampaio da Nóvoa. Entre Maria de Belém e MRSousa parecemos estar perante uma troca de tricas de outrora, em que cada um conhece os podres (não apenas os públicos) políticos d@ outr@. Repito, terá ganho o ausente em tal troca de mimos.

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Absolutamente ridículo o tempo perdido por MRSousa com a alegada ofensa que seria qualificá-lo como hiperactivo, não sabendo MBelém dizer que ele é – efectivamente – hiperactivo político.

Um detalhe final… uma daquelas imprecisões de quem se gaba de não levar notas para os debates. Ali a finalizar o primeiro terço do debate, MRSousa ostentou tudo o que fez em prol do governo de Guterres e especificou o apoio à aprovação de uma “Lei de Bases da Educação” que nunca foi legislada nesse período (continuamos com a de Roberto Carneiro, vetada que foi a proposta por David Justino). Julgo que se referiria ao chamado RAAG (regime de autonomia e administração escolar) de Marçal Grilo. São erros de quem confia demasiado em si mesmo e numa memória algo agitada.

13 opiniões sobre “Presidenciais – 9

  1. “d@ outr@” Como sabe estas duas palavras não existem. Detesto o mau português que se pratica nos blogues, nas mensagens electrónicas, televisão, jornais, etc. Somente por razões estéticas embora, neste caso, também haja motivos da esfera do politicamente correcto coisa com que não simpatizo. O meu português também não é grande coisa mas é porque não consigo fazer melhor enquanto que evitar palavras (e letras) inexistentes qualquer um consegue.

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    1. Pois… acontece… acredito, por exemplo que quando escreveu “enquanto que evitar palavras (e letras) inexistentes qualquer um consegue” talvez quisesse significar o contrário.

      Mas se comentou apenas para destacar esse detalhe… obrigado pelo contributo e continue a frequentar apenas espaços politicamente incorrectos onde se escreva bom Português (pode ser com maiúscula?).

      Quando quiser comentar coisas substantivas, a porta está aberta… e tanto amis quanto abandonar a postura de arrogãncia pseudo-linguístico-estética.

      Muit’agradecido.
      😉

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  2. (…) Foi pena que Sampaio da Nóvoa, quando Marcelo Rebelo de Sousa, durante o debate de ontem, referiu, por diversas vezes, que as suas opiniões eram conhecidas do país, ao contrário do “silêncio” do seu opositor sobre os temas políticos mais especiosos da vida democrática passada, não lhe tivesse lembrado que essas posições públicas foram emitidas, por décadas, em canais
    públicos e privados, de rádio e televisão, principescamente remuneradas, sem o mínimo de contraditório e que funcionaram como uma espécie de pré-“tempo de antena” que preparou esta sua tentativa de sucessão do seu candidato preferido de sempre, que aliás o nomeou para o Conselho de Estado, o qual dá pelo nome, tão “popular” nos dias que correm que MRS tenta a todo o custo dele demarcar-se, de Aníbal Cavaco Silva.

    Acaso Sampaio da Nóvoa ou qualquer dos outros candidatos tiveram o privilégio desses milhares de horas de exposição para os exercícios de “tudólogo” – aquele que fala de tudo – de que MRS beneficiou? E o facto de não terem sido beneficiados com essa presença perante câmara e microfones retira-lhes qualquer legitimidade na expetativa de serem escolhidos pelos portugueses para ascenderem à Presidência da República?
    http://duas-ou-tres.blogspot.pt/2016/01/as-artes-oficios-do-professor-marcelo.html

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  3. Não sei se os dois são ou não farinha do mesmo saco; o que se viu, é que Maria de Belém passou por cima do Marcelo, mostrou-se muito mais profissional. Marcelo habituou-se durante muito tempo a falar sem ninguém o contradizer, e perante uma adversária que fez o trabalho de casa,(veja-se o pormenor das “notinhas:),mais uma vez se mostrou atrapalhado, mesmo aparentando cansaço.
    Mas ele que não se preocupe, que a comunicação social arranja-lhe já umas sondagens favoráveis.

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