Só Nos Últimos 4 Anos?

Mau… anda a precisar de fazer uma prova de aferição de História da Educação… ou então há por aqui uma certa e determinada amnésia em relação a outra Rodrigues….

O novo ministro destacou ainda o papel dos professores, que nos últimos quatro anos tiveram de aprender a ser “muito resilientes”, e manifestou a sua confiança nestes e nas escolas para levar por diante o que definiu como objectivos centrais da sua tutela: a promoção do sucesso escolar e a melhoria das aprendizagens.

NY3

Bowie

Agora que o homem morreu, todos são fãs do David desde que nasceram e mesmo dos álbuns dos anos 60. Eu, confesso, cheguei a ele apenas com o Scary Monsters e gosto de muitas coisas que ele fez, respeitando outras que me dizem pouco.

Mas, os dias são de demonstração de devoções extremas e de exercícios de adulação póstuma que preenchem páginas e páginas das redes sociais com coisas que vão do superlativamente idiota à homenagem simples e bem pensada.

Agora… tentem lá ligar com tracinhos as definições aos casos concretos alinhados a seguir, recolhidos no Fbook a partir de tuítadas.

BowieMacaes

Bowie

O Argumento Final

Eu garanto que tenho tentado não provocar ninguém para além do estritamente necessário, não faço ligações e comentários acerca das inanidades que os blogues do ódio atávico do costume aos professores têm continuado a escrever, para não entrar nos fandangos de outrora.

Mas… há limites… e quando um tipo encontra um naco suculento em prosa de escriba afamado, não há que deixar passar em claro. Por isso, destaco aqui o argumento mais demolidor que já li contra as provas de aferição de 8º ano, feitas na semana a seguir ao final das aulas em início de Junho que é aquela em que, ao que parece, corresponderia à migração turística em massa dos encarregados de educação.

Há pais que viajam com os filhos, marcando férias com meses de antecedência — e para isso contam que o calendário escolar seja respeitado (a prova de aferição do oitavo ano acaba de ser marcada para a semana seguinte ao fim das aulas). Sim: há vida para além do Estado.

É pá… com tanta coisa por onde pegar e um tipo lembra-se disto? Olha… assim sempre podem poupar dinheiro… já eu, que posso ter de vigiar e classificar essas provas, com sorte só posso ir de férias, todos os anos, nas mesmas três semanas de Agosto (e sim, os professores também têm filhos…).

 E o pior é que depois culpam “o Estado”, essa entidade mítica, por tudo… e nem falta lá mais atrás a menção inescapável à Fenprof, ess’outra entidade mítica que povoa os pesadelos da malta que opina sobre Educação com o Nogueira pregado nas lentes.

Ó papá João Miguel, as provas de aferição não contam para a nota final… podem ir de férias para as ilhas gregas, para as praias da Tailândia, para os ares saudáveis da Suíça, à aventura para o Kilimanjaro ou em retiro espiritual para os Himalaias que nada de mal acontece.

Há gente que não percebe mesmo quando exibe tamanha barriga cheia e que nem atinge a ironia do título que escolheu para a crónica… porque isto de escrever todos os dias por dever tem destas coisas. Nem todos somos Camilo.

Magoo

Há Ministro?

Sou contra.

Confesso que não consigo ter este tipo de atitude, mesmo se admito que há mais estados de desgraça do que de graça.

Não conheço o actual ME, tinha ouvido falar dele de forma algo distante, da sua carreira de investigador, desconhecendo em absoluto o que pensa em matéria de Educação. Do que fez até agora, ou assinou, ou anunciou, tenho coisas com as quais concordo e outras com que discordo. Mas não estou ainda em condições para fazer um Julgamento Final como já vi e ouvi outros fazerem, dotados de certezas absolutas e dúvidas nenhumas, em modo cavaquista.

Não por falta de ideias, mas por falta de uma animosidade natural, não embirro sem motivo para isso, por estranho que possa parecer a algumas pessoas. Tenho uma animosidade bem entranhada por uma certa ex-ME, mas ela nasceu na sequência de actos da sua governação, de palavras proferidas e aprofundou-se ao longo dos anos perante a permanência da sua atitude de arrogância e desrespeito continuado para com os professores do ensino não-superior. A eventual razão em uma ou duas questões, não a absolve do resto. Mas mesmo em relação a ela sou parco em adjectivações e não as disparo sem qualquer pretexto.

Há quem tivesse, desde o primeiro dia, embirrado com Nuno Crato só porque era ele o ministro. Agora parece que há quem embirre com o actual ministro, só porque há ministro, chame-se como se chamar. Se fala é porque fala, se não fala é porque não fala. Se fala bem é porque já aprendeu a lição toda, se fala mal é porque nem percebe nada da coisa.

Esse é o tipo de atitude fundamentalista que cansa um bocado e que eu só conseguiria ter se alguém conseguisse o cargo de Guardião-Mor de todas as revistas de BD franco-belga e americana desde os anos 30 do século XX até ao presente (poderia incluir também as portuguesas, italianas, brasileiras, algumas espanholas e mesmo inglesas, que são as que consigo ler sem problemas). Pior ainda se fosse um tipo com idade para ser meu filho, que eu não conhecesse de lado algum. Que raiva com que eu ficaria, que inveja… ainda ficaria mais verde do que uma camisola do Sporting depois de esfregada em órtigas. Tirando isso…

Alka