Tem a sua graça encontrar alguns dos críticos das medidas do actual ME a justificar a sua posição com o recente parecer do Conselho Nacional de Educação que antes tantos consideraram um órgão inútil, dependendo muito da relação com a respectiva presidência o sentido dos humores particulares. E, além disso, se há coisa que é habitual é as recomendações dos pareceres do CNE darem em muito pouco ou nada. Assim de memória, lembro-me de vários que foram directamente para a gaveta durante os últimos mandatos ministeriais e poucos (nenhuns?) os que serviram para mais do arma de arremesso político na última década.
O referido parecer e relatório técnico que lhe serve de base foram aprovados por uma larga maioria, mas mesmo assim não o foi pela unanimidade habitual em muitos outros pareceres e, ao que me contam alguns dos presentes, o debate foi mais aceso do que transparece pelos 4 votos contra e 1 abstenção. Fico à espera da publicação em Diário da República de todas as declarações de voto e respectivas fundamentações para perceber até que ponto as clivagens foram mais político-ideológicas do que técnicas (ao que consta o parecer, apesar de “aberto”, levantou muito mais questões do que o relatório) e se o próprio timing da apresentação pública das “recomendações” não foi objecto de reparos, pois surgiu mesmo antes do anúncio das decisões tomadas sobre a mesma matéria pelo ME, as quais já seriam do conhecimento de vários conselheiros.
Resumindo, até que ponto o parecer do CNE se está a tornar mais uma arma política do que propriamente uma documento de natureza “técnica”.
Ah! Já tinha reparado que esses documentos foram um “ossito” aos comentaristas Pafianos. Nada que não se anule por si próprio. Haverá mudanças de cadeiras, seguramente. É uma questão de tempo.
Mas, a queda do Diretor Geral da Educação pareceu-me bem: por causa do escândalo dos concursos e do ensino artístico. Não me parece revanchismo, parece-me, isso sim, justiça elementar.
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Esses “estudos” constituem um bom álibi, principalmente para não se examinar a realidade particular de cada sistema e país, para não se reflectir sobre esse conjunto complexo e variável e para não se decidir de forma ponderada e articulada.
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Ups!, o comentário acima era para o post de baixo.
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