O endorsement do Observador a Marcelo Rebelo de Sousa surge-nos disfarçado de jornalismo pelo verbo abundante de Maria João Avillez que nos mostra que o candidato é capaz de comer uma salada sozinho. Quem diz que não anda por aqui um Pulitzer à espreita?
Titia Avillez no seu melhor: prosa encomiástica encomendada para o candidato da linha de Cascais.
A decana do jornalismo snob – aquele que se declara enjoado com a luta de classes e a essa invenções da esquerdalhada para melhor a poder praticar… -, que espelha o regime em todo o seu esplendor.
GostarGostar
Ser ” o candidato da linha de Cascais ” é a sua única qualidade .
Ora esta !
GostarGostar
Maria João Avillez consegue afirmar despudoradamente que MRS, no tempo do salazarismo e do marcelismo “não tinha uma posição política definida, nem – aparentemente – dela carecia”.
Por um lado, tal já constituía uma posição política, e bem cómoda, por sinal, de apoio ao regime, quando muitos outros jovens souberam não se acomodar. Depois, talvez fizesse bem a este jornalismo de conveniência reler as Cartas Particulares a Marcello Caetano, publicadas por outro homem da casa, José Freire Antunes, em particular as cartas de Marcelo Rebello de Sousa.
Nem vale a pena referir “as queixinhas” em forma de denúncia do III Congresso de Aveiro escritas a Marcello Caetano, ainda que bem reveladoras do caráter de um adulto já vinte e cinco anos. Basta esta passagem, datada de 10 de setembro de 1972: “Um entre mil, estive há quatro anos em S. Bento, como alguns meses depois estive em espírito em Bissau, Luanda, Lourenço Marques, como um ano depois estive com Vossa Excelência nas eleições. Um pouco da minha alma ficou então presa ao sortilégio de uma fé. […] Nós esperamos, Senhor Presidente! Parabéns, Senhor Presidente!”.
Provavelmente, é a isto que a escriba considera não ter “uma posição política definida”! A reescrita da História não deixa de ser uma arte, servida conforme as conveniências e os interesses de classe.
Não deixa de ser relevante que, quase 42 anos sobre o 25 de Abril, o marcelismo esteja de regresso e sem necessitar de novas roupagens..
GostarGostar
Vai-lhe sair o tiro pela culatra ao tudólogo Marcelo…
Já agora: um excelente texto.
Obrigado.
GostarGostar