As escolas não teriam paredes e os alunos acorreriam às aulas dos mestres preferidos, num sistema libertário em que cada um escolheria as suas matérias, registaria as suas próprias aprendizagens, sem horas marcadas, sem calendários pré-definidos. As escolas seriam espaços de convívio e conhecimento, exemplo maior do civismo de uma sociedade desenvolvida, sem toques, sem fechaduras, sem avaliações com hierarquias, escalonamentos, quantificações do Saber, essa imaterialidade que nenhum de nós deve achar-se habilitado para traduzir em números, em especial quando é alheia.
Num mundo ideal, as Escolas seria espaços apenas de prazer e de trabalho lúdico, sem amarras, sem relatórios mensais, semanais, trimestrais, anuais, sem planos a curto, médio ou longo prazo para atingir metas anuais, de ciclo, de contra-ciclo ou triciclo, sem fichas, testes, questões de aula, tudo sendo transversalidades e interdisciplinaridades. Num mundo ideal, a indisciplina seria um conceito perdido porque a disciplina seria desnecessária, pois cada um saberia o seu lugar, a sua função, os seus deveres, os seus direitos. As regras seriam obsoletas num mundo ideal em que cada um fosse feliz na sua liberdade e no respeito pela liberdade alheia.
Num mundo ideal, as marilines e as beluchis não iriam para o inferno, os brédepites e os clunis seriam imortais na sua macheza alfa e o jimidine não morreria na capa de um magazine. E nunca acordaríamos do delírio alimentado a ambrósia e regado com o néctar da juventude eterna.
Quando for crescido, quero acordar num mundo ideal.
Muito inspirado, com saliência para “sem relatórios mensais, semanais, trimestrais, anuais, sem planos a curto, médio ou longo prazo para atingir metas anuais, de ciclo, de contra-ciclo ou triciclo, sem fichas, testes, questões de aula, tudo sendo transversalidades e interdisciplinaridades.”
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É a inspiração de dia após dia no mundo real :-).
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Em todo o caso, (n)a escola deve(-se) fazer o melhor que (se) puder para não termos um mundo de idiotas…
(A julgar pelos resultados, o esforço tem de ser ainda maior…).
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Eu defendo as utopias enquanto elas não se tornam distopias. Devemos fazer sempre o melhor, sabendo, contudo, que se o sonho comanda a vida, o sonho pode ser comandado por xanaxes.
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Num mundo ideal eu sentava-me a falar das minhas matérias e os alunos sentavam-se ao redor a escutar e a tirar apontamentos. Problem is…
Quem os vai ensinar a tirar apontamentos, essa tarefa chata? Eu a evoluir na resolução de problemas e desafios mentais cada vez mais elaborados, essa via sacra?
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Talvez, num mundo ideal, fossem desnecessárias (est)as escolas…
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A questão é que algumas destas coisas podem fazer-se, eventualmente dentro de certos limites, e outras não.
O desafio é sempre o mesmo, melhorar o que está mal sem estragar o que funciona bem.
Claro que a primeira coisa a extinguir sem remissão deveria ser a burocracia eduquesa…
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Eu desejo um mundo ideal com muita responsabilidade. O problema é que muitos de nós sabe apenas seguir ordens. E livres nada conseguem fazer. Triste? Não estou a mentir.
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