Aferição – a avaliação externa boa no Ensino Básico por oposição à má, conhecida oficialmente como “provas finais” e politicamente como “exames” (ver verbete específico – letra E). Ao que parece, a aferição permite recolher e tratar informação para “devolver às escolas e aos alunos”, algo que a avaliação má não permite. Claro que a devolução não seria necessária se fossem os próprios professores a classificar as provas das suas escolas, mas isso já entra no domínio ambíguo da confiança (ver verbete específico – Letra C).
Alunos – pretexto para todas as políticas que as equipas ministeriais pretendem passar junto da opinião pública como extremamente virtuosas. Também costumam ser usados como o centro de um paradigma (ver verbete específico – letra P) do processo de ensino e aprendizagem (mais um verbete a ver na letra P) que lança os professores (e vão três verbetes a ler na letra P) para a periferia do paradigma e do processo, como seres que apenas existem em função dos alunos. Os alunos também surgem muitas vezes associados às famílias (ver verbete na letra F) que têm, em regra, uns representantes (conceito que mais do que um verbete, implicaria toda uma tese de pós-doc) úteis conforme os contextos.
Autonomia – conceito muito popular no discurso político que se traduz, em termos práticos, na descarga de responsabilidades da tutela para “as escolas” em momentos de embaraço. Dura poucos meses.
Este dicionário promete muito 🙂 Gosto muito deste registo, se me permites.
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Prometo um par de verbetes diários. Em média. Podem-me apetecer logo aos trios, como hoje… 🙂
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E no fim até pode ter um resultado impresso 🙂 Bem falta faz um dicionário assim.
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Um dicionário remete sempre para o passado. Dizia alguém que os “dicionários são o túmulo das palavras.”
Que livro para o futuro? Talvez um livro de experiencias, esse que os alunos gostam: com problemas, hipóteses, experimentações, conclusões: para construir teorias e leis gerais.
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Também me parece outra boa ideia.
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Ora bem… se o livro é de experiências é porque é do passado. Porque… se elas já existiram… ergo… não estão no futuro.
As teorias e leis gerais em matéria de fenómenos sociais e humanos às vezes assustam-me… acabam quase sempre em regimes totalitários, políticos ou intelectuais.
Mas confesso que estou algo anguloso com as teorias do algodão doce.
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As experiência não têm de ser recriações, isso foi algo muito debatido quando havia as TLB. Podem ser coisas novas, a necessitar de improviso, pensamento, descoberta.
As leias gerais são mais para as áreas extas, as teorias para as áreas sociais. Mas…também há teorias na exatas, claro.
Quais são as teorias do algodão doce? As que centram o aluno no processo ? As que permitem analisar fenómenos sociais centrando o homo sapiens? Rotular e extremar posições não me parece boa ideia.
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Gosto mesmo desta tua deliciosa ironia. 🙂
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