Ninguém lê o Correio da Manhã ou vê a CMTV, que horror. Gente de bem, claro, porque as vendas e audiências descomprovam o anátema. Ou nem é bem assim porque, quando chega o momento certo, todos sabem o que veio escrito no Correio da Manhã ou mostrado no seu canal. Claro que ouviram dizer, não leram ou viram. Mas isso é igualmente mau. Então… dizem que se escreveu mas não o comprovaram em primeira mão? E se foram enganados? Parece que o bom jornalismo é aquele que oculta selectivamente em vez de ser o que mostra selectivamente. O que compra exclusivos em vez de aceder a exclusivos. O que nasce de telefonemas para uns gabinetes e não para outros, que assenta em fontes e não em fugas. A mim tudo isto baralha. Sim, fins alegadamente virtuosos não justificam meios ínvios para os alcançar. Mas em todas as situações, não apenas em algumas. A tabloidização não passa apenas pelo tipo e tamanho dos títulos. Sim, passa pelos temas e como são explorados. Ou como não são explorados. E o meu problema é com os órgãos de comunicação social que optam por não explorar determinados assuntos, com meios virtuosos. Ou apenas lá chegar quando é impossível ignorar. Os que ocultam. Sabendo que o fazem. Que conseguem não ver, não saber, não ouvir, até ser quase impossível continuar. E, então, já sabem tudo, sempre souberam tudo, até sabem infografar todas as teias que os outros apenas se limitam a descrever. Isto não é qualquer teoria da conspiração. Apenas o mundo tal como ele é, dos que dão honoris causa a uns e querem retirar a outros. Dos que são muito amantes dos justos procedimentos judiciais nuns casos e não em outros. Que nunca fazem julgamentos públicos antecipados de carácter, tirando todos os que fizeram ao longo de anos nos seus escritos, com erros factuais grosseiros pagos a peso de ouro. Sim, estou a lembrar-me de alguns senadores da nossa informação opinativa que não sei se é opinião informada. Que nunca leram o Correio da Manhã, mas sabem tudo o que lhe devem criticar. Eu leio-o , mas é porque onde tomo café há quase sempre o Record. Eu é mais bolos e bola.
(e é bem sabido que não estou a perorar em causa própria, pois se há jornal com o qual os meus contactos são mínimos é o CM, bem como com os restantes títulos do grupo que o abriga)

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