E não é que o Grupo Espírito Santo até era aquilo que parecia a muita gente (preconceituosa com o capitalismo, claro) excluindo muitos especialistas financeiros, jornalistas da área e, muito em especial, destinatários dos dinheiros da sua publicidade directa e indirecta? Onde andavam os gomesferreiras, os camiloslourenços e os medinas (nem falo dos honorisduques) quando precisávamos que eles lessem a realidade efectiva e não que escrevessem cartapácios com soluções mágicas para o país à conta de cortes nos salários.
Vire algumas páginas desta edição e pasme com o Grupo Espírito Santo. Era afinal uma gigantesca rede de sociedades offshore, mais de 300, sedes na Suíça e no Luxemburgo, serviços financeiros na Líbia durante o regime de Kadhafi, dinheiros que voavam para Miami, financiamentos na Venezuela, traficâncias em Angola. Tudo gente respeitável, com um cofre na Suíça onde guardava ações ao portador e gavetas na Rua de São Bernardo, em Lisboa, de onde retiravam offshores previamente constituídas sempre que fosse necessário e para o que fosse preciso. Incluindo um saco azul. Para pagar a quem? (Pedro Santos Guerreiro, Expresso, 9 de Abril de 2016, p. 3)
Meu caro Pedro Santos Guerreiro, eu apostaria singelo contra quintuplicado em como o meu caro sabe pelo menos uma boa parte da resposta a essa pergunta. Porque é só vê-los andar por aí…
E já agora… tudo isso seria impossível sem os riciardis (e não apenas os ricardos) saberem de tudo ou quase.
Alegadamente, claro. E pensando que era tudo em nome da eficiência fiscal.