Ora Bem!

Os grupos parlamentares do Bloco de Esquerda e do PCP defenderam, nesta terça-feira, no Parlamento, que o novo despacho sobre constituição de turmas, publicado na semana passada em Diário da República, poderá pôr em causa a redução do número de estudantes nas turmas que têm alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE). O PSD pediu já a revogação deste despacho.

Já o PSD está mais preocupado com o dinheirinho dos privados:

Pelo seu lado, o grupo parlamentar do PSD, pela voz do deputado Amadeu Albergaria, considerou que a revogação do novo despacho é “urgente”, tanto pelo que estabelece em relação aos alunos com NEE, como também pelo que muda nos contratos de associação estabelecidos entre o Estado e cerca de 80 colégios.

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Epistolografia

Final da missiva de 22 de Março que conseguiu ter resposta para o próximo dia 26, sete semanas depois, mas mesmo assim antes do congresso de dia 29. O tom é tão subserviente que até custa a acreditar na assinatura.

Estamos, de novo, sozinhos no mato com os cachorros amestrados à espera de festas no lombo.

Phosga-se, se é isto o “tempo novo”…

Fenprof22Mar16

Nem Eu Esperava Outra Coisa…

… do líder da FNEprof que por estes dias anda a especializar-se em epistolografia comovente.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, fez hoje uma avaliação positiva do desempenho do ministro da Educação pela forma como tem defendido “princípios importantes da escola pública”, na Assembleia da República.

cachorro

 

Demagogia É…

… colocar a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência a defender estas medidas, sendo notório que ela não percebe que uma sala das unidades de ensino estruturado (criadas pelo PS em 2008) não é um espaço de segregação (como as aulas de apoio individualizado em pequeno grupo no âmbito dos CEI) mas de apoio diferenciado no âmbito das escolas. Dizer isto é o mesmo que dizer que as aulas diárias de apoio ao estudo para alunos com dificuldades de aprendizagem são práticas de segregação. É curioso como quem defende a inclusão ou integração o faça com argumentos que misturam de forma esquisita a apologia de pedagogias diferenciadas e o ensino de massas. E é triste o ataque desferido a quem trabalha directamente com estas crianças e jovens, acusando os professores de meterem os alunos em “salas segregadas”.

Demagogia

A Culpa e o BANIF

Não foi:

  • Da administração. De qualquer administração.
  • Do Banco de Portugal e muito menos do seu presidente.
  • Do Banco Central Europeu ou de qualquer instituição europeia.
  • Da anterior ministra das Finanças.
  • Do actual ministro das Finanças.
  • Do anterior PM. Do actual PM. De qualquer PM.

Restamos nós, cidadãos contribuintes líquidos para a causa comum da banca nacional privada de sucesso. Privada de sucesso :-).

culpa

Escriba

No debate que parece andar acalorado em torno da “integração” dos alunos com NEE nas turmas ditas “regulares” ousei ir comentar no mural de rede social de um deputado da nação e do PS (não sei por que ordem, mas deveria ser esta), escrevendo que “gostaria de ver alguns escribas a “incluir” alunos com fortes problemas cognitivos ou relacionais em turmas de 30 alunos em disciplinas como Português ou Matemática que, no seu conjunto, preenchem os tais 40% da carga semanal de aulas no 2º ciclo.”

De tudo o que escrevi, o ilustre deputado (que parece uma variedade de porta-voz do seu partido para a Educação) decidiu embirrar apenas com o facto de eu ter usado o termo “escriba”, ao que repliquei que o termo não é ofensivo e que eu próprio me considero um escriba, alguém que escreve.

Fui qualificado como cínico, pois a minha definição de escriba é, no entendimento do letrado parlamentar (professor por 13 meses numa escola profissional entre 1/Jan/1995 e 31/Jan/1996 e investigador como profissão declarada no registo da AR), marcada por um “cinismo implícito”. O que talvez seja um elogio num especialista em Epistemologia.

Achei que era melhor rir do que chorar e vim-me embora do “debate”, agradecendo a atenção dispensada.

smile

Relativismo

Aquela justificação do SE da Educação e do Ministério da Segurança Social assegurando que as turmas com alunos com NEE não aumentavam, os alunos é que passavam a estar lá mais tempo (sendo que, nas condições actuais, as turmas aumentariam mesmo em muitos casos), faz-me pensar que esta lógica se poderia aplicar ao aumento para 50 horas de trabalho. Não nos baixariam o salário, apenas passaríamos mais tempo a trabalhar para o receber. Ou em relação aos aumentos de preços… eles não aumentam, desde que nós levemos menos quantidade. E por aí fora. Nada é absoluto.

Por exemplo…. se os alunos passarem de ano com 50% de “negativas” não é que o grau de exigência tenha diminuído, o que acontece é que aumentaram as possibilidades de sucesso. Aliás, acho que qualquer programa de promoção do sucesso escolar deveria passar por aí, pelo acréscimo das oportunidades de sucesso. Por isso. porque exigir um tão elevado número de níveis 3 aos alunos para transitarem, sendo que tais classificações são tão relativas e dependentes dos humores daquela corja de profes conservadores que não percebem as dinâmicas particulares de uma abordagem transversal, com laivos perpendiculares e matizes em lilás, da avaliação em bom dos alunos?

É meu entendimento que, em nome de um novo paradigma, se aumentem as probabilidades de sucesso, não que se diminua qualquer grau de exigência. Defendo, pois, a elevação do patamar de sucesso para todos os alunos que saibam assinar o nome com apenas dois erros ortográficos e saibam dizer presente quando na sala de aula e, desta forma, atinjam 50% das metas estabelecidas e das competências por definir. Em nome de um currículo moderno para o século XXI.

Smiling