No norte da Europa, muito do progresso precoce da escolarização, ao nível da leitura mas não só, foi conseguido a partir da pressão das igrejas reformadas para que as populações acedessem directamente aos textos sagrados, combatendo o monopólio do latim que os sacerdotes católicos mantiveram até ao Vaticano II. Ao contrário do que alguns nos querem fazer acreditar, muito do nosso atraso cultural e educativo deve-se a uma concepção exclusivista do acesso à leitura e ao conhecimento praticado pelo clero português, à imagem do que se passou longamente no sul da Europa. Quando leio encómios enormes à acção educativa de algumas instituições eclesiásticas – não querendo retirar o mérito a muitas – não consigo deixar de sorrir perante a distorção consciente da História. Porque se fizermos um mapa da expansão da alfabetização e da literacia, ela acompanha de forma bastante fiel a fronteira entre o catolicismo e o protestantismo. Sendo que a data das leis relativas à obrigatoriedade da escolarização não são determinantes.
Isto é uma espécie de bêábá da História da Educação na Europa, sem nada de ideológico mas sim de factual, mas infelizmente há gente que andou à escola, mas nem o abecedário completo deve ter aprendido.
Fonte: Soysal e Strang, 1989.
A beatice foge da factualidade como o diabo da cruz…
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Verdade se diga a maior tragédia deste quintal à beira mar plantado foi a Santa Inquisição.
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