O controlo de alguns sectores da comunicação social por indivíduos ou grupos poderosos com práticas nem sempre muito estimáveis não é novidade. Não é por acaso que os papéis do Panamá foram desaguar ao que já se sabia antes, passado o Ricardo Salgado a bombo da festa, enquanto muitos outros escapam à malha e reconfiguram redes. Não é por acaso que até chamaram a ética – pobre coitada – em defesa da não divulgação dos avençados dos zeinais e outros que tais na comunicação social, que serviram anos a fio de câmara de ressonância aos grandes interesses, fazendo passar por notícias o que sabiam ser mentiras descaradas, sendo que há um outro bode expiatório que serve para satisfazer com pouco as turbas sedentas de qualquer coisa que pareça justiça.
Andamos tristes? Depende, nem todos. Tomamos um dose cavalar de medicamentos para nos aguentarmos em termos psicológicos? Mas como poderia ser de outra forma? Até o sol anda tímido e as sardinhas caras. Restam-nos os caracóis e umas cervejolas, mais o pastel de nata e o cafézito matinal, dedilhando no inteligente, a fingir qualquer coisa, que a praia ainda não está no ponto, o campeonato acabou e o euro ainda não começou.

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