Prefiro os Jeovás

Mas de longe. Aos vendedores de assinaturas da operadora de televisão/telefone e net que parece ter marcado a minha zona como terreno de caça, após muitos anos de completo domínio exclusivo da concorrência. Ontem, foi em forma de par que apareceram à hora de jantar, claro, e vieram anunciar a Verdade. Até agora, tinha sido sempre em forma singular, quase todas as semanas, deixando papelinho (infelizmente não A Sentinela) ou aceitando a minha curta recusa, com a devida explicação (vou poupar-vos…). Mas ontem inovaram e não estavam dispostos a deslargar, com aquele ar de malta de vinte e poucos que acha que o kota não percebe pevas de velocidades e larguras de banda e fibras e canais e boxes e só pode recusar a oferta por ser muito estúpido. Não andasse ela meio aparvalhada com o calor súbito e tinha-lhes lançado a minha gata que já estava a miar desesperada para eu fechar a porta. Mas o que realmente mais irritou foi que mesmo depois de eu lhes mostrar a propaganda deixada por colegas em visitas recentes, os tipos não queriam descolar, dizendo-me algo como “se nos abriu a porta,. agora tem de nos ouvir”, ignorando que tinham tocado, batido à porta e anunciado de viva voz até que eu a abrisse e tentasse que me deixassem em paz. Perante a delicadeza da abordagem, expliquei-lhes que a porta era minha (como o comando) e que a fechava quando bem entendia. E assim foi e lá foram os rais´parta dos tipos pela escada abaixo a mandar vir. Da próxima vez, vou ver se tenho tempo para ferver algum azeite.

Tortura Azeite

Santo Iavé, Perdoai-me!

Por todas as vezes que invoquei Vosso Santo Nome em vão. Blasfemei e arrependo-me. Só quando soube que este ano não me calhavam provas para classificar é que consegui entender como sois Magnânimo e Misericordioso. A partir de hoje e por um prazo indeterminado*, reconheço-vos como Santo Educativo Nacional, Santo Iavé, aquele que nunca falha nas suas escolhas.

Amén.

Falsos pregadores(* não vou ter de substituir ninguém por moléstia súbita, certo?)

Tudo na Mesma – 2

O problema não é preconceito com o ensino “profissionalizante”, mas sim a tentativa de forçar que se torne a norma e não uma boa alternativa à vida dita “regular”. a massificação de cursos profissionais feitos em cima do joelho é que descredibiliza a opção. Não pode ser um gueto de indesejáveis mas também não pode ser uma via praticamente dominante que acaba por vender a ideia de que os alunos saem com uma qualificação profissional efectivamente bem vista no mercado de trabalho, sem ser em empregos precários ou com remunerações baixas. Percebo que a ideia é captar verbas europeias para a qualificação e facilitar o sucesso num contexto de escolaridade de 12 anos, mas não deixa de ser um truque que a todos parece seduzir, sem olhar à cor ministerial.

Nuno Crato em 2013:

“É nossa intenção que cerca de 50% por jovens do ensino secundário possam estar numa formação profissionalizante e temos aqui um bom exemplo de como os jovens podem sair com boas aptidões para entrarem no mercado profissional de trabalho ou prosseguirem com os seus estudos”, frisou.

As declarações são praticamente iguais às de Tiago Brandão Rodrigues, sendo que se aplicam muitas das reservas colocadas em 2012 pela Associação Nacional de Professores do Ensino Profissional.

Este é um daqueles casos em que a continuidade é um logro, com metas impositivas que reduzem a autonomia das escolas e a própria qualidade da oferta destes cursos. Mais vale apostar em 25% com condições do que em 50% de qualquer maneira.

fio-de-prumo