Não é preciso terem lido o Desmond Morris para se comportarem como tal.
É a média que resulta da análise da evolução das alterações legislativas em relação à avaliação das escolas e alunos do Ensino Básico nos últimos 25 anos. Se existe continuidade em algumas mudanças, outras são de molde a tornar impossível estudar-se de forma séria a evolução do desempenho do sistema a partir dos indicadores internos. São raros os ministros que sacrificam o seu ego ao interesse em manter uma orientação que permita aproveitar o que vem de trás, melhorando-o, preferindo introduzir mudanças que, em muitos casos, só servem para marcar a agenda política do seu mandato.
Estabilidade?
E o mais giro é que aparecem antigos governantes a dizer coisas tão certas que nunca fizeram. A minha teoria é que não é totalmente inconsciente ou involuntário o esforço por destruir qualquer hipótese de estabelecer tendências de médio-longo prazo que nos permitam alcançar conclusões que ultrapassem os bitaites de falso senso comum ou a repetição de chavões que, por não ser possível comprová-los ou infirmá-los de forma empírica sólida, permanecem como pseudo-verdadades para a Escola do século XXI baseadas em case studies feitos à medida das conveniências.
Na Florida deu-se o maior massacre de sempre nos EUA, na sequência de um tiroteio causado por um atirador. Por cá, tirando um apontamento na SICN, há pouco tínhamos os restantes canais noticiosos preocupados com o enésimo detalhe de um treino da selecção de futebol, a repetição de um jogo chato da Copa América e uma prova qualquer de ciclismo. E depois ainda há inteligentes que dizem que os portugueses são pouco informados ou interessados em jornalismo de qualidade.
Não é a primeira vez que por esta altura se recorda que os alunos portugueses são dos que têm mais férias no Verão, a par de outros países do sul da Europa. Raramente leio em Dezembro que os países do norte como a Alemanha ou a Noruega terão das maiores férias no Inverno. São coisas decorrentes da natureza do clima, mas servem sempre para fazer primeiras páginas de um sensacionalismo vácuo, ignorando que as férias lectivas em Portugal estão na média europeia e abaixo de todos os restantes países do sul e mesmo de alguns mais a norte. Siga para bingo que pelos vistos não há mais nada de interessante sobre o que escrever.