Português

O exame do 12º ano foi hoje e é uma prova muito interessante, embora com escassa gramática e uma forte componente de interpretação de textos literários. Não me parece fácil, mas parece-me apelar à inteligência e a algum conhecimento do mundo que, infelizmente, aos 17 anos nem sempre é muito comum.

Quanto às queixas do costume, sinceramente não tenho pachorra para quem “estava à espera que saísse Pessoa e saiu Camões”. Fosse isto mesmo a sério e o cânone literário dos exames do 12º ano não estaria restrito, ano após ano, a um punhado de autores.

Camoes

ADSE

É uma das bestas negras – com a CGD, RTP, TAP – de um grupo de gente que pretende destruir um conjunto de intituições – muitas outras já foram – que eles consideram simbolizar o papel do Estado na sociedade e economia. No caso da ADSE, essa sanha mistura-se com o ódio profundo aos funcionários do Estado, querendo-os proletarizados, precarizados e completamente vulneráveis a todo o tipo de pressões e seduções externas. Um pouco como fazem com grande número de políticos. A sua destruição é um desígnio que muitos, mesmo no PS, partilharam e ainda partilham, sendo curioso como é que algo que dizem não ser sustentável serve para pagar contas de outros. O Tribunal de Contas apenas veio sublinhar o óbvio.

guilhotina

 

O Fisco à Mesa

Não há almoços grátis. Nem jantares, nem lanches, nem ceias, nem pequenos-almoços, nem merendas.

A ideia de colocar impostos adicionais em “bebidas açucaradas” faz-me lembrar a dos sacos de plástico. O pretexto é um, mas a finalidade é obter mais dinheirinho ao pessoal. Se querem disciplinar a circulação de bebidas com alto teor de açúcar que tal taxarem os lucros dessas empresas conforme a proporção da oferta de bebidas desse tipo em vez de colocarem mais impostos aos consumidores finais?

E o que dizer do total emaranhado em que querem transformar o iva da restauração, por incapacidade de manterem claramente uma promessa eleitoral? O frango no prato tem um iva, mas se for em embalagem para casa tem outro? Uma garrafa de vinho tem um iva se for comprado em supermercado e outro se for consumido em restaurante? Passamos a ter menus arrumados por taxas de iva conforme os ingredientes?

Se querem ser “justos” que tal taxarem lagosta e caviar a 40% e carapau e frango a 6%?

O mais certo é muito ser mudado e tudo isto ser barro atirado à parede para ver as reacções, mas é triste, muito triste, quando se quer sacrificar o consumo de quem já consome bem abaixo da média.

ThinMint