Observatório da Parvoíce

Assunção Cristas podia ter arranjado outra desculpa para não ir à manifestação de hoje. Como ela não fosse amarela por dentro e fora, só com azul celeste a dar o ar de bebé.

Já a nomeação de Teixeira dos Santos para avaliar a gestão da CGD é daquelas enormidades equivalentes a lá meter uma cardona ou um vara na administração. Como se não tivesse sido ele um dos ministros que fechou activamente os olhos à sua descapitalização.

Parvo

 

Pontos Cinco e Seis

O documento integral está aqui. Leio variações disto há 25 anos, desde a reforma da avaliação do Ensino Básico de 1991. Ainda não percebi como, ao fim de tanto tempo, a mensagem continua praticamente a mesma, quando a realidade até mudou bastante, digam lá o que disserem alguns especialistas que há esse mesmo tempo vivem do e no sistema de que dizem discordar, mas no qual tiveram lugares importantes de decisão. O resto… enfim… o resto é dizer em centenas de palavras e dezenas de linhas o que se poderia dizer em dois parágrafos e numa centena de palavras.

5. A aprovação do plano de ação estratégica de cada agrupamento de escolas é condição indispensável para a posterior candidatura do mesmo a financiamento, podendo as medidas inscritas no respetivo plano vir a ser objeto de candidatura no âmbito do Portugal 2020, designadamente em sede da medida 10.1 dos Programas Operacionais Regionais (POR) e do Eixo 4 do Programa Operacional Capital Humano. Como sempre fomos afirmando e registando em diversos documentos e nos vários encontros já realizados, na apreciação dos planos de ação estratégica serão tidos em conta os seguintes critérios preferenciais:
. Medidas cuja concretização abranja os alunos que frequentam anos iniciais de ciclo;
. Medidas que impliquem alterações nas dinâmicas de trabalho em sala de aula;
. Medidas que reforcem o trabalho colaborativo dos docentes;
. Medidas que rentabilizem recursos internos das escolas;
. Medidas centradas na diferenciação e inovação pedagógicas;
. A relação entre o custo e a eficácia das medidas;
. A sustentabilidade das medidas.
Assegurar a aprovação do plano de ação estratégica pelo conselho geral e pelo conselho pedagógico e promover a sua apresentação e divulgação junto dos encarregados de educação e da comunidade fortalece o plano e o próprio processo e inscreve comunitariamente o sentido mobilizador e de corresponsabilidade alargada na construção participada de uma conceção de escola que na sua cultura organizacional assume o sucesso como condição natural e faz permanentemente desse desafio a sua principal prioridade.

6. No quadro abaixo é apresentada a matriz modelo, a disponibilizar em plataforma digital para efeitos da submissão pelos Agrupamentos de Escolas de cada uma das medidas do seu plano de ação estratégica. Recorda-se que o plano deve integrar quatro a cinco medidas e que estas devem incidir e mobilizar prioritariamente dinâmicas de trabalho em sala de aula, de diferenciação e inovação pedagógicas, de trabalho colaborativo dos docentes, com rentabilização dos recursos internos das escolas. Apesar de na matriz, dever ser feita a explicitação dos objetivos e metas por cada medida, da implementação das várias medidas é expectável que exista impacto nas taxas de sucesso face ao seu histórico de partida em cada um dos ciclos com anos de escolaridade abrangidos. Por exemplo, se o histórico em termos da taxa média de sucesso num determinado ciclo de ensino é de 88%, o compromisso a dois anos será atingir uma taxa de sucesso de pelo menos 91% e a quatro anos de pelo menos 94%. Neste sentido e de modo a contemplar o registo do histórico dos últimos três anos letivos para cada um dos ciclos de ensino e inscrever o compromisso do Agrupamento em termos de impacto nas taxas de sucesso a pelo menos dois anos, antecede a matriz modelo um conjunto de campos destinados à identificação do Agrupamento de Escolas e ao registo do histórico e do respetivo compromisso educativo a dois anos letivos.

Ainda hoje em outro contexto disse que “inovar” é diferente de “replicar” o que se achou giro, algures. E que debater não é impor soluções únicas milagrosas.

Surprise

Manifestação

Existe hoje uma manifestação em Lisboa em defesa da Escola Pública. Partilho o ideal, mas não vou participar. Mesmo que não tivesse assumido compromissos anteriormente para esta data, provavelmente não participaria por motivos que agora não vou desenvolver, excepto num ponto específico: como em outras iniciativas, discordo quando quem participa demoniza quem não faz o mesmo e vai, como já li por diversas vezes nos últimos dias, “nas redes sociais” ofender terceiros, manifestando uma intolerância que não exerce, quando dá jeito, em relação a quem até é capaz de aparecer hoje mas colaborou activamente com o achincalhamento da classe docente anos a fio e não apenas depois de 2011, pois assiste-se a um acelerado branqueamento do que se passou antes. Porque há gente bem “amarela” entre os que agora se apresentam com outros tons. E sem qualquer arrependimento pelo que fizeram. Apenas revelando oportunismo. E eu aprendi há muito que uma coisa é debatermos em democracia com todos, outra aceitá-los ao nosso lado. Mesmo correndo o risco de desagradar aos “puros”.

sindicatooo