Dia: 23 de Junho, 2016
Comichão
Quando não há mais nada para fazer, o pessoal coça-se. Confesso que não sei se ria, se chore.
Pessoalmente, acho que as aulas deveriam ser apenas quatro horas por dia, quatro dias por semana, três semanas por mês, para todos, em escolas da Parque Escolar, fase 1, com learning streets e sofás reclináveis, banda larga para todos, cafézinho (adultos) e laranjada (jovens) à discrição.
Malta, pá, façam-se à vida e deixem-se de pintelhices. Universidade para todos sem exames é capaz de haver na Cucanha, mas não sei se aceitam analfabetos funcionais.
Alô, APEVT
Li o vosso manifesto de Fevereiro passado, assim como o anúncio de uma espécie de refundação, com proclamações e reivindicações que acho justas.
A questão que se coloca é… e novidades acerca do restabelecimento da disciplina de EVT e do par pedagógico correspondente? E o que sabem acerca do reforço da componente artística e tecnológica no currículo do Ensino Básico conforme promessas do actual ME de desafunilar o currículo?
Questiono isto porque – será por desconhecimento, desatenção, admito – não dou por nada de novo no horizonte, embora pressinta no discurso da APEVT uma afinidade filosófico-psicológica com a retórica da equipa ministerial em exercício em passagens como esta:
A Educação Visual e Tecnológica, assim como a sua expectável recolocação curricular, apresenta na sua configuração e modelo de docência, um contributo inquestionável não só para a inclusão e para o combate ao insucesso escolar pois é um lugar educativo de forte realização pessoal do aluno, mas também possibilita o desenvolvimento de estratégias educativas inter e multidisciplinares orientadas para a heterogeneidade dos públicos escolares. A EVT torna-se, assim, lugar de realização pessoal e social promotora de aprendizagens significativas e de forte inclusão escolar.
Euromilhões
Prevejo um aumento sensível do sucesso no 4º e em especial no 6º ano de escolaridade.Existirá a tentação governamental de reclamar para si e para as suas medidas a responsabilidade por tal. O que até é verdade, numa relação directa com o “que se lixe isto tudo, de qualquer maneira é para passarem” verificado em algumas reuniões de CT.
Prognósticos
Agora quase toda a imprensa portuguesa, incluindo a especializada em nada, já sabe de todos os problemas, devedores, créditos mal parados, negócios mal amanhados e conexões nebulosas da CGD. Como aconteceu com o BPN, BPP, BES, Banif e acontecerá com outros no futuro, termos muitas previsões acertadas com o jogo no fim. Até porque ainda ecoa o suspiro de alívio com a depuração dos Panama Papers.
(a Sábado desta semana traz uma espécie de roda da sorte dos administradores com ligações políticas e a Visão a lista dos maiores devedores, tudo coisas longe de serem desconhecidas até agora…)