Prevejo um aumento sensível do sucesso no 4º e em especial no 6º ano de escolaridade.Existirá a tentação governamental de reclamar para si e para as suas medidas a responsabilidade por tal. O que até é verdade, numa relação directa com o “que se lixe isto tudo, de qualquer maneira é para passarem” verificado em algumas reuniões de CT.
A “cultura do sucesso” há muito que, de uma maneira ou de outra, está instalada nas escolas e nas mentalidades, acompanhando a perda dos referenciais ligados a valores considerados “ultrapassados” ou “retrógrados” (como seja, p. ex., a “autoridade”). O que este ME pretende fazer nesse campo mais não é que aproveitar ou acentuar uma tendência. Mas não é com (mais) exames que se poderia ultrapassar essa “cultura”, no sentido da exigência e do rigor – basta observar com atenção o efeito perverso dos rankings sobre a qualidade do processo ensino-aprendizagens… Se não se reequacionar em profundidade o modelo de escola, de valores e de saber a ela conexos, não se afigura possível alterar esse estado de coisas.
GostarGostar