A CEE começou em grande parte para permitir que, através da cooperação económica, se reduzissem os riscos de mais uma guerra europeia de grande dimensão, o que nos últimos 100-150 anos normalmente significa uma guerra entre a Alemanha e a França. Com o tempo, foi evoluindo para outra coisa, acabando por culminar num projecto político que alguns querem supra-nacional e federalista em que, inevitavelmente, os mais fortes tentarão domesticar aqueles que não seguem as suas orientações, conseguindo o apoio para esse efeito de estados mais pequenos, ansiosos por ganhar as boas graças dos poderosos.
Com o alargamento para Leste, a Alemanha viu concretizar-se a possibilidade de um império económico, através da transformação de uma série de estados, novos membros da UE, em seus satélites, usando-os para esmagar qualquer diversidade periférica mais a sul. E esse império económico e financeiro cada vez mais tende a tornar-se político e transformar a Europa numa coisa qualquer resultante de uma espécie de Zollverein de nova geração.
Confesso que a obsessão de alguns políticos alemães com o rigor financeiro me parece encobrir outra coisa, um projecto de dominação a médio prazo da Europa Comunitária e a sua transformação numa espécie Estados Federados da Alemanha, risco que aumentou imenso com o Brexit e a irrelevância política da França de um Hollande mais preocupado em pintar o cabelo e parecer do que ser um verdadeiro líder.
Isto não vai acabar nada bem. Até porque há entre nós uma enorme 5ª coluna pronta a vender-nos por umas cadeiritas na nomenklatura europeia.

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