Nos últimos tempos, de diversas origens e por diversas formas, algumas pessoas que passam por este quintal fizeram-me saber que ando a usar o que consideram ser um excessivo sarcasmo e que andarei um pouco mais azedo e ácido do que o recomendável. Se fosse só uma ou duas observações, eu nem daria por isso. Ou se fosse apenas de um dado sector da plateia. Mas não, é algo mais alargado, pelo que decidi deitar-me de forma breve ao assunto, na ausência de outro tema mais relevante para a evolução do país em geral, e do cosmos envolvente, em particular.
Discordo apenas em parte.
Concordo em absoluto com o sarcasmo, que é um nível acima, no sentido do traço mais grosso, em relação à ironia que aprecio mais usar. A razão é simples… tenho reparado que a subtileza da ironia escapa a muita gente (por vezes acreditam mesmo que o que está escrito é para ser entendido literalmente) e que nem sempre a essência da mensagem faz efeito sem uma dose de meia bola e força. Infelizmente.
Quanto ao azedume e acidez, discordo, mesmo se não fiz qualquer medição. Porque, acreditem, na maior parte dos casos estou a sorrir quando escrevo, nem que seja interiormente, e não é raro ficar a olhar para alguns rascunhos antes de carregar no publicar, desnecessariamente divertido com algumas prosas próprias. O que fica mal.
Mas entendo que quem se sinta na outra ponta, quem se sinta, directa ou indirectamente, visado por algumas observações menos caridosas, ache que eu estou azedo ou ácido demais. É uma questão de posicionamento. Se repararem, quando não se passa isso – sentirem-se visad@s – até parece que estou nem mais leve e solto do que em outros tempos. O meu problema é andar quase sempre demasiado desposicionado, que é uma forma de dizer fora de jogo de propósito.
Ao vivo, perceberiam. Ou, quiçá, o efeito seria ainda mais corrosivo.

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