Gente Medíocre…

… produz legislação medíocre, destinada a nivelar a sociedade pela mediocridade que pretendem generalizar. Aumentar o IMI para quem viva perto de escolas, hospitais ou bons acessos ou em casas com uma “boa vista” ou exposição solar é uma medida absolutamente indescritível e digna de quem é profundamente estúpido, não havendo outra forma de colocar as coisas. E, já agora, quem decide se a vista é “boa” ou não?

Não sei se um casebre isolado, com vista para uma serra e a 500 metros de uma auto-estrada será considerado para aumento de IMI, enquanto uma casa num condomínio de luxo, mas com sombra de árvores, acesso estreito e com uma escola pública a alguns km será dispensada de tal.

O que está a dar parecem ser casas húmidas, em becos mal frequentados, onde o sol não entra e com acesso apenas para carroças, sem serviços públicos próximos e, já agora, com os pobrezinhos, esfarrapados à porta.

Uma coisa é beneficiar quem viva em situações deste tipo, reduzindo-lhes o IMI, outra aumentar quem tenha a ousadia de viver em condições vagamente recomendáveis.

Se isto é uma medida “de Esquerda” ide para aquele sítio onde o sol não chega, se estiverem sentados na sanita.

lisboa_anos_-60-70

Leis Mortas

Eu poderia ir buscar as minhas escrevinhices da altura em que estas parvoíces foram legisladas. Como outras. Recorrer ao “eu bem disse”. Mas não vale a pena. Há leis que nascem mortas por serem completamente irrealistas. Como a dos telemóveis e outras. Como quando se quer fazer crer que um bisnau é um papagaio colorido e falador. Não vale a pena, porque os legisladores diarreicos que temos querem é fazer parecer que estão a resolver problemas. E produzem os decretos, os despachos e as porcarias do costume que atiram para os outros aplicarem, sem forma razoável disso acontecer. Claro que os que estão não vão mudar seja o que for. No essencial, no estrangular da vida nas escolas com burocracia inepta e ineficaz, estão sempre de acordo e dificilmente se lhes vê um acto para melhorar seja o que for, por muitas proclamações que façam. Há quem insista em não querer ver para além dos epifenómenos (dos “exames”, por exemplo) e defenda a geringonça educativa. Eu posso não querer os outros de volta, mas não estou para esconder que em matéria de Educação, estes são uma tristeza mal encapotada. Batam-lhes palmas os masoquistas.

Pub1Ago16

Público, 1 de Agosto de 2016