Os resultados globais das provas de aferição deste ano já foram divulgados (IAVEProvasAF2016) e percebe-se que os alunos são muito razoáveis no 2º ano, tornam-se uma desgraça no 5º (em especial a Matemática) e já não recuperam grande coisa até ao 8º. Com as categorias de classificação usadas, demasiado amplas e descritivas, é difícil fazer-se muito melhor. Uma conclusão que eu retiro, a partir da diferenciação de resultados entre ciclos em alguns dos domínios, é que provavelmente as provas do 2º e 3º ciclo são feitas com lógicas mais próximas entre si, eventualmente mais desajustadas do que os alunos estão em condições de resolver, do que as provas do 1º ciclo. Porque não é facilmente explicável de outro modo que os alunos que até são bons em Matemática no 2º ano, sejam assim tão maus no 5º. Outra conclusão – esta com maior conhecimento de causa – é que os alunos ao saberem o peso diferente de cada domínio na avaliação, “desprezem” aquele que vale menos em relação ao esforço que exige, como é o caso da Gramática. Mas isto são apenas suponhamos porque esta forma do IAVE divulgar resultados não ajuda muito, apesar de se dizer que é avançadíssima.
Entretanto, num programa da tarde da RTP, representantes das associações de professores e Matemática e Português algo ostracizadas no mandato de Nuno Crato surgiram a apelar a (mais) uma mudança dos programas dessas disciplinas. Até podem ter razão, mas eu estou cansado dos programas e metas destas disciplinas (ou de quaisquer outras) serem uma espécie de campo de luta e poder entre capelinhas académicas, mudando a cada nova viragem de brisa política. Até porque se percebe que um processo de mudança de programa estaria finalizado e em implementação mesmo a tempo de, no caso de nova mudança política, os defenestrados de agora, aparecerem a pedir uma nova mudança com base em quaisquer resultados que então aparecessem. Ou se entendem entre si ou então larguem o raio do osso e deixem de pensar se ficam com mais ou menos espaço e influência na “formação” associada a novos programas ou na elaboração e consultoria científica de novo manuais escolares.

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