Taxa Solar

Realmente… há coisas que só podem ser encaradas pela anedota oficial, de mentes perturbadas. Então quem tiver escolhido uma casa soalheira para instalar painéis solares e assim reduzir a sua pegada ecológica leva com a patorra do IMI? Isto faz sentido?

Então e o efeito retroactivo de uma lei destas? Ninguém dá por nada? Uma casa comprada há 10 anos ou mais tem direito a ser reavaliada e reconsideradas as condições de uma decisão tomada com outro contexto jurídico?

Phosga-se!

Em Portugal, que tem a maior parte do território com calores subtropicais grande parte do ano deveriam era ser taxadas as casas colocadas em colinas umbrosas, daqueles que tornam desnecessário instalar um sistema de ar condicionado 3xl para conseguir sobreviver.

E vem este cretino (sim, já usei este qualificativo duas vezes nos últimos dias, mas estamos rodeados por eles como num filme do Carpenter) do galambinha que-pensa-que-um-brinquinho-na-orelha-é-muito-de-esquerda vem dizer que isto é “justiça social”?

Phosga-se à enésima casa!

IMII, 2 de Agosto de 2016

Mata, Esfola?

Lá pelas 21.20, na TVI24, vai-se falar de provas de aferição e eu devo aparecer enquanto simples professor do Ensino Básico que até tem alunos que irão passar por estas coisas (devo ter 2 turmas de Português para o próximo ano). Os outros convidados são Henrique Guimarães do Instituto da Educação e da APM e Santana Castilho. É impressão minha ou não há ninguém do ME para exercer contraditório defensivo? Há pouco mais de um ano, ainda apanhei por lá o director do IAVÉ…

miraTecnica

Provas de Aferição

Os resultados globais das provas de aferição deste ano já foram divulgados (IAVEProvasAF2016) e percebe-se que os alunos são muito razoáveis no 2º ano, tornam-se uma desgraça no 5º (em especial a Matemática) e já não recuperam grande coisa até ao 8º. Com as categorias de classificação usadas, demasiado amplas e descritivas, é difícil fazer-se muito melhor. Uma conclusão que eu retiro, a partir da diferenciação de resultados entre ciclos em alguns dos domínios, é que provavelmente as provas do 2º e 3º ciclo são feitas com lógicas mais próximas entre si, eventualmente mais desajustadas do que os alunos estão em condições de resolver, do que as provas do 1º ciclo. Porque não é facilmente explicável de outro modo que os alunos que até são bons em Matemática no 2º ano, sejam assim tão maus no 5º. Outra conclusão – esta com maior conhecimento de causa – é que os alunos ao saberem o peso diferente de cada domínio na avaliação, “desprezem” aquele que vale menos em relação ao esforço que exige, como é o caso da Gramática. Mas isto são apenas suponhamos porque esta forma do IAVE divulgar resultados não ajuda muito, apesar de se dizer que é avançadíssima.

Entretanto, num programa da tarde da RTP, representantes das associações de professores e Matemática e Português algo ostracizadas no mandato de Nuno Crato surgiram a apelar a (mais) uma mudança dos programas dessas disciplinas. Até podem ter razão, mas eu estou cansado dos programas e metas destas disciplinas (ou de quaisquer outras) serem uma espécie de campo de luta e poder entre capelinhas académicas, mudando a cada nova viragem de brisa política. Até porque se percebe que um processo de mudança de programa estaria finalizado e em implementação mesmo a tempo de, no caso de nova mudança política, os defenestrados de agora, aparecerem a pedir uma nova mudança com base em quaisquer resultados que então aparecessem. Ou se entendem entre si ou então larguem o raio do osso e deixem de pensar se ficam com mais ou menos espaço e influência na “formação” associada a novos programas ou na elaboração e consultoria científica de novo manuais escolares.

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A Paz é Linda

O ministro reúne-se, a FNEprof declara-se feliz (parece que já basta os professores estarem colocados dia 1) e até apela a que todos se portem bem.

Para os que ainda andam para aí a gritar (malta do Observador, está é para vocêses) que o ministro é uma espécie de comissário sindical na 5 de Outubro, atentem antes na forma como Mário Nogueira não passa agora de um porta-voz da tutela, a apelar à domesticação generalizada da turba docente que ainda seria capaz de pensar que as suas condições de trabalho permanecem as mesmas que justificavam gritaria desenfreada ainda há um ano atrás.

HisMastersVoice

A Resolução Recomenda Reformas

As relativas à educação e formação estão na área C da resolução 154/2016 e são pasmosas de boas intenções e melhores sugestões. O problema é que muito pouco do que está a ser feito se adequa ao que aqui se recomenda, nomeadamente, só a título de “pequenos” exemplos que eu adoraria ver implementados para além da retórica, sendo que por “equipas multidisciplinares” não se deve entender “grupo de professores de várias disciplinas com insuficiência de horário que é preciso ocupar de qualquer maneira”.

c) Reforçar a autonomia das escolas na definição dos instrumentos e dos planos de redução do insucesso e abandono escolares e dar continuidade ao processo de contratualização da autonomia das escolas em graus crescentes de autonomia, de acordo com os resultados obtidos e respeitando o princípio de tratar de forma diversa o que é diferente;
(…)
f) Criar equipas multidisciplinares orientadas para o apoio sociopedagógico e acompanhamento educativo, prevenção de comportamentos de risco e para a orientação escolar e profissional, as quais, para além do apoio direto aos alunos, às escolas e às famílias, estabelecerão ligações privilegiadas com os serviços sociais públicos e as comissões de proteção de crianças e jovens;
Bla-Bla-Bla