A Grande Ceifa

A par do encerramento de escolas, é um dos grandes motivos comuns de orgulho aos ministros dos últimos 15 anos. Como dizem na peça o Filinto Lima e o Alexandre Henriques o factor demográfico não explica estes números, sendo que tudo tem sido feito à custa do esgotamento quase total dos que restam e foram envelhecendo para ainda ter de ouvir verdascas a dizerem que não sabem dar aulas, só olham para alunos médios e são incapazes de inovar. Entre políticos em comissariado no ME e comissários políticos ao serviço do ME venha a gadanha e escolha-os.

Todos partilham uma visceral desconfiança ou mesmo animosidade em relação ao “professor médio” que andam há 15 anos a querer vergar, domesticar e proletarizar. O meu desânimo é que só acredito na retribuição terrena para as malfeitorias e vejo-a tardar demais.

Pub9Ago16Pub9Ago16bPúblico, 9 de Agosto de 2016, pp 1 e 10.

Incêndios

Alguns é praticamente impossível evitar com estas temperaturas, mas a maioria poderia ser contida se “a floresta” não fosse um conceito completamente alheio à acção política central e local. Assim como há gente profundamente doente do ponto de vista mental a quem deveriam arder os fundilhos quando ateiam fogos por aí, à beira da estrada, cada vez mais junto de habitações, só para verem o alarido.

Mas o essencial é que há um quase completo desinteresse activo por parte da generalidade da classe política, da câmara aos ministérios, passando pela assembleia da república cheia de urbanitos de 1^ou 2ª geração, pela cobertura vegetal do nosso país, confundindo meia dúzia de arbustos raquíticos numa praceta ou rotunda com gosto pela Natureza. Curiosamente, não dei por nenhuma iniciativa legislativa relevante do PAN nestas matérias, pois parece que só lhes interesam uns quantos bichinhos de quatro patas, enquanto os ecossistemas essenciais para uma existência sustentável continuam em acelerada destruição.

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