Bullies de Vão de Escada

Há uma nova forma de cobradores de fraque que dão pela nome de empresas de gestão de condomínio. Algumas são sérias, outras nem tanto; algumas fazem as coisas com respeito pela lei, outras apostam no nosso desconhecimento das leis. Ao espreitar a caixa de correio, dei hoje com uma grossa missiva de uma daquelas que cresceu de forma imensa por esta zona, apostando numa área de negócio nascida de legislação feita para afastar os cidadãos da gestão dos seus imóveis e pagar a quem trate dessas chatices. E depois reproduzem-se os fenómenos de parasitismo.

Poupando-vos aos pormenores substantivos, digamos que há por aqui umas zonas comuns a vários prédios que partilham garagens e um portão. Digamos que há quem tenha causado estragos e acaramunhado, fingindo que não. Digamos que a coisa se arrasta há anos. Digamos que há quem queira resolver as coisas e quem já se esteja um bocado nas tintas (confesso, tendo para esta situação). Digamos que há quem queira resolver as coisas assim com muita assertividade e tenha dado carta branca aos bullies para exigir pagamentos, penhorar bens, agilizar procedimentos graças a uma prática “profissional” e a boas relações com as burocracias locais.

Imaginemos que há uma carta a exigir tais pagamentos datada de 13 de Julho. Imaginemos que foi colocada no correio apenas a 10 de Agosto. Imaginemos que foi “por acaso”, por “atrasos técnicos”, por causa de um escafandro do caraças.

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Imaginemos que contém a exigência do pagamento ser feito até dia 12 de Agosto (data decidida unilateralmente para uma altura do ano muito apropriada), sem direito sequer a recibo prévio ou então atiram-nos com toda a força do aparelho judicial em cima.

(R)Foto0187(R)Foto0187Claro que me apetece imediatamente mandá-los para um certo sítio, claro que sim, mas como ainda me considero em férias só responderei oficialmente para a semana, com boas maneiras qb, aproveitando para inquirir se gente tão cumpridora da lei e dos portões arranjados também se preocupará com o uso adequado dos espaços que deveriam ser garagens e não outras coisas. Embora eu nada tenha contra a vidinha de cada um e onde se montam negócios ocasionais. Ou não. Claro que um tipo assim percebe melhor porque nem sequer sabem dar as boas tardes (coisa que, confesso, também nem sempre me apetece e agora nada mesmo) quando precisam de ter aberto às escancaras durante horas o portão que precisa de ser arranjado para estar devidamente fechado até ao fim. Em nome da segurança e tal. Porque há gente que se acha mais séria do que os outros. Mas nem sempre.

Scheisse, diriam pessoas do país dos credores europeus.

(e, amiguinhos, se lerem isto, já ficamos antecipados… )

 

CDS/MPLA, a Mesma Luta

Pela apropriação e rigoroso controlo do capital e das liberdades da maioria do 1%. O pobre Hélder Amaral (haveria enviado menos óbvio? a sério?) declarou o óbvio e foi renegado pelos seus, herdeiros directos do seu ex-líder agora empresário facilitador, aqueles que vivem das doors connections, mas não querem que se perceba demasiado.

Money

Ponto de Observação

De relativamente longe, com televisão ocasional e redes sociais quase nulas, Portugal em Agosto limita-se a incêndios, transferências no futebol e contabilidades criativas dos encargos com a banca privada nacional de excelência (agora são 5.000 milhões, já foram 8.000, 3.000 ou outro número qualquer que justifique cortar nos serviços públicos para tapar os buracos do empreendedorismo liberal nacional).

Não há crise, porque não há paciência ou tempo para uma crise nestas alturas, porque está muito calor, porque há gente a ficar com tudo queimado e, perante isso, outras aleivosias relativizam-se.

A classe política rareia, indo a banhos ou tentando passear à conta, numa segunda linha de gente pequenina de ideias e ideais. Surge uma segunda linha ou deixa-se à vista quem mexe os cordelinhos na sombra e precisa chegar-se à frente quando os outros não abdicam de ir para o sol. No caso da Educação foi instrutivo porque tivemos oportunidade de aceder em primeira mão a duas das eminências pardas da geringonça educativa nos dias que passam. Sendo que o SE João Costa é a cabeça política do sector (o ministro foi óptimo para alguma boa imprensa inicial e aparecer em reuniões com a FNEprof) e é quem se vai apercebendo melhor do que resta das mudanças de humor nas escolas com os truques do sucesso, nestas semanas tivemos direito ao discurso directo (Público, TVI, o resto mal vi) de duas figuras gradas (tendo em conta o contexto) do regime educativo nacional: o intelectual orgânico Porfírio Silva (como eu me lembro dos seus comentários no Umbigo, naquela posição do nem sim, nem não, antes o talvez, quando do mandato de MLR) e do operacional para todo o terreno do sucesso José Verdasca.

Trazê-los para a luz do dia, fora das formações, para além das entrevistas regionais, retirando-os ao exclusivo dos bastidores, é um serviço muito importante para que nos apercebamos do patamar da coisa educativa e da fase de desenvolvimento “conceptual” em que nos encontramos.

Dizem que aprenderam com os erros (P. Silva), mas a mim quer parecer que apenas reconhecem os erros de forma (na comunicação política) e não de substância ou de procedimentos. É pena.

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O Reforço dos Créditos

Tenho andado por fora, pouco dados a netes, pelo que só agora tive conhecimento desta interessante comunicação de 12 de Agosto, em que se percebe que as recompensas serão verdascadas de forma casuística e eficaz. Poderia comentar o timing da comunicação, assim como a substância, mas ainda estou com jet-lag.

Exmos. Senhores Diretores de Escola/Agrupamento de Escolas Exmos. Senhores Presidentes de CAP

A pedido do Exm.º Sr. Diretor-Geral de Educação divulga-se abaixo a seguinte comunicação

A Equipa de Missão do Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar remeteu já aos Agrupamentos de Escolas/Escolas não Agrupadas uma apreciação sobre os aspetos de relevância pedagógica e sustentabilidade do plano de ação estratégica apresentado por cada unidade orgânica.

Perante a necessidade de aumentar a eficácia das medidas a implementar, de modo a que no futuro elas se tornem medidas internalizadas no funcionamento dos Agrupamentos de Escolas/Escolas não Agrupadas, o Ministério da Educação irá reforçar o trabalho docente na generalidade dos Agrupamentos de Escolas/Escolas não Agrupadas.

Para tal, o Ministério da Educação informará as escolas do reforço de créditos para a implementação do plano. Este reforço será definido tendo por base a análise dos planos de ação estratégica, as taxas de insucesso existentes em cada escola, o nível de melhoria previsto em cada plano, o número de alunos abrangidos, o mérito e a sustentabilidade das medidas propostas.

Tendo por referência esses créditos, as escolas poderão:

1. Afetar a esse trabalho docentes que, após a divulgação das listas de Mobilidade Interna, ainda se encontram a aguardar colocação no Agrupamento de Escolas/Escola não Agrupada de provimento/colocação. Estes docentes poderão ser retirados da reserva de recrutamento mediante mecanismo a divulgar oportunamente pela DGAE.

2. Depois de esgotadas as necessidades referidas no ponto anterior poderão os Agrupamentos de Escolas/Escolas não Agrupadas solicitar horários para colocação de docentes em reserva de recrutamento para suprir as necessidades ainda em falta. Nesta fase, apenas poderão ser colocados docentes de carreira sem componente letiva que ainda estejam a aguardar colocação.

A gestão destes recursos deve pautar-se por critérios de adequação e eficácia educativa face ao compromisso educacional assumido, designadamente, com reflexo na melhoria das aprendizagens dos alunos e na qualidade dos seus resultados escolares.

Cordiais cumprimentos,

12 de agosto de 2016

Coordenador da EM-PNPSE

Fim da comunicação

Com os melhores cumprimentos,

Maria Manuela Faria Subdiretora-Geral dos Estabelecimentos Escolares

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