Infantilização

Era inevitável que chegassem a adultos aqueles que já cresceram na escola do direito ao sucesso ou a culpa é do professor, faça eu o que fizer, herança dos anos 90 do século XX em acelerada recuperação. Era inevitável que tentar ter uma conversa de “adultos” com quem cresceu e teve “sucesso” na irresponsabilidade e desrespeito pelos deveres mais básicos se tornasse um beco sem saída em que o “argumento” base é “eu não fiz nada de mal e mesmo que tivesse feito, certamente alguém fez antes de mim”. O “argumento” seguinte, quando se consegue demonstrar que foi efectivamente feito algo errado, é, numa das suas variantes mais comuns, “pois, mas qual é o (seu) problema? e passamos ainda por intolerantes por apenas se querer que algumas regras básicas sejam cumpridas e, se possível, de forma equilibrada.

Não sei se apenas cansa, se desespera, se desespera pelo cansaço e pela inutilidade de se querer comunicar seja o que for, porque os direitos estão sempre todos do outro lado. Do lado deles. Sempre. Porque tudo é normal e os relativismos éticos e morais destruíram qualquer fronteira estável entre certo e errado para quem cresceu numa cultura de desresponsabilização a começar no topo.

Help