Burkini

Quando o Estado pretende regulamentar o vestuário dos cidadãos em espaços de lazer, públicos no sentido de pertencerem a todos, entramos numa deriva totalitária. Assim como acho que a proibição do nudismo nas praias é um disparate, o mesmo se passa com a tentação de alguns políticos franceses proibirem – ainda mais do que segregarem – formas de vestir que ainda há menos de um século seriam perfeitamente aceitáveis e mesmo dominantes nesses mesmos locais para os “ocidentais”. O tempo mudou e as nossas práticos e gostos também, mas quer-me parecer que ainda na minha infância havia grande incómodo em muita gente de “bons costumes” com o uso de bikinis. Gente que, porventura, agora está contra o burkini, achando que o melhor deve ser o meiokini. Mas tudo isso é pouco relevante quando o que está mesmo em causa é uma tentação totalitária de regular o gosto e as práticas individuais ao nível do vestuário. Isto nem é a apologia de um multiculturalismo relativista, é apenas a defesa dos direitos dos cidadãos perante o excesso de zelo do Estado e a sua intromissão em esferas que não devem nem podem ser as suas.

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O Poder Loquel

Fui informado pelo representante de uma grande empresa nacional que uma determinada ligação não pode ser ainda feita devido à falta de autorização da “câmera municipal”. Podia ser uma natural gralha, mas na frase seguinte assegura-se que tudo se resolverá assim que chegue a autorização da “câmera”.

Nada de Novo

Ainda são umas 4 páginas de entrevista do actual ME à Visão,, das quais nada se extrai de novo, o que não é necessariamente mau, mas…

O meu maior espanto inicial foi não ter sido feita pelo inefável Paulo Chitas, o entrevistador de serviço para a Educação quando o PS está no governo. Só que depois li uma resposta do ministro em que afirma que os sindicatos são uma parte da solução na área da Educação (mesmo se nada melhorou nas minhas condições materiais de trabalho) e senti o espanto desaparecer. Li mais umas partes e não vi nenhuma crítica desabrida aos professores e entendi que a entrevista nunca poderia ser do Chitas ou, se fosse, talvez só a conseguisse assinar sob pseudónimo.

Quanto ao ME, enfim, responde tudo de acordo com o guião da geringonça educativa, mesmo quando afirma que ser ministro é tão bom ou melhor que ser cientista pouco depois de afirmar que aceitou meter-se nestas coisas por espírito de missão.

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Visão, 15 de Agosto de 2016