O último dia em que existiu uma carreira docente em Portugal. No dia seguinte iniciar-se-ia um longo congelamento das progressões, interrompido apenas no contexto eleitoralista de 2008-09 e retomado em seguida como prática comum, porque a constitucionalidade dos direitos é algo muito relativo. Em Janeiro de 2007 seria decretado um novo Estatuto da Carreira Docente, menina dos olhos de José Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues e seus apaniguados e colaboradores, entre os quais estão muitos dos que agora se querem fazer passar por amiguinhos dos professores – e sim, estou a pensar por exemplo, num dos operacionais no terreno de então que agora sonha com sucesso – acreditando na memória curta da maioria que já parece aceitar a recuperação branqueadora de muitos dos que legislaram a efectiva domesticação proletarizadora da docência. que vieram outros a seguir que nada fizeram contra isso e ainda escancararam mais a porta? Sim, é verdade, como é verdade que devemos ter vergonha na cara e a decência de nomear as bestas de então pelos nomes, não os encobrindo com outros em nome de conveniências actuais.
Quanto à gente de agora, nos bastidores ou com direito a primeiro plano? Ou estiveram caladinhos, com medo de arriscar o futuro, ou cavalgavam a situação de outrora, porque parecia inabalável.
Ahhhh… há os que na altura gritaram muito, mas que agora estão presos pelos tintins e só piam fininho depois de autorizados. E sim, estou a pensar em grandes líderes façanhudos que aterrorizam as criancinhas que escrevem no Observador.

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