Esperançoso

O César Israel Paulo acredita que o actual governo revela uma “abertura diferente” em relação à colocação de professores. Se é verdade que o fim da BCE foi um bem em si mesmo, fica muito por fazer em relação à correcta gestão dos recursos humanos nas escolas. Há procedimentos que não podem continuar a seguir a lógica do tiopatinhas (por exemplo, abrirem-se vagas apenas a 1 de Setembro de professores com atestados de longa duração, em vez de se contemplar logo o seu preenchimento) ou a insistir em pedir mais (trabalho) com menos (meios), o que conduz a um esgotamento pessoal e profissional mais grave do que o simples envelhecimento etário.

O César está esperançoso. Ainda bem, isso anima-me. Nestas matérias, ele sabe mais do que eu, porque anda pelos meandros, enquanto eu apenas observo. Já se pode dedicar a 100% à ANPC. Espero que ganhe as suas lutas e possa dedicar-se (de novo) a 100% aos alunos. Que nunca se habitue ao remanso das mesas negociais, como tantos outros.

Burnout

É da Aproximação e da Autonomia

Dá em sacos azulados. Ou de outras cores, conforme.

Discrepâncias no recrutamento continuam, com algumas câmaras a pagarem menos 25% do que as escolas pelo serviço. Ministério da Educação estuda regulamentação do sistema.

Estudam a regulamentação? Mas o que há exactamente para estudar? Qual a margem de lucro para os “empregadores autárquicos”? A lei é dos ditosos tempos da agora santa (para muitos) MLR? E depois?

Não seria mais simples existir uma tabela clara para as remunerações, em vez do ad hoc e à hora?Money

Leituras

Não é por falta de conhecer o que dizem e escrevem que eu discordo da prática de alguns especialistas quando entram na órbita do poder. Este livrinho é uma espécie de condensação de algumas ideias dos últimos 25 anos em matéria de organização pedagógica da escola de uma forma alternativa.

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(Fundação Manuel Leão, 2016)

Concordo, há muito, com ideias como a das Equipas Educativas de João Formosinho e Joaquim Machado (ler aqui, aqui e aqui, por exemplo). Só que para as colocar em prática, mais do que mudar as mentalidades dos professores, seria indispensável mudar a forma de organizar a gestão da escola a partir do topo, abandonando o monolitismo do modelo actual e, já agora, a obsessão com a contabilidade ao minuto dos horários dos professores, em nome de uma pretensa eficácia financeira.