Regressão

Para quem acha que “os sindicatos tomaram conta do ME” e que a situação laboral dos professores de todas as condições, a começar pelos contratados, é bem pior do que foi outrora, basta recordar que, em tempos de antanho, um professor contratado que tivesse o horário completo até 15 de Dezembro veria o tempo de serviço ser-lhe contado por completo, com efeitos a 1 de Setembro. Mais do que a justiça da regra em si, que na verdade se aplicava por igual a todos, mais ou menos desmando, não existia a sensação de enorme injustiça que agora atinge todos aqueles que por não serem colocado em devido tempo, em vagas que já se sabia existirem a 1 do dito setembro, acabam por perder dias de serviço em nome de uma eficácia administrativa que provavelmente não ao demo lembraria em dia de jackpot de aleivosias.

Mas a luta não é contínua.

Manga

Reutilização

Dos manuais. Um bom princípio, mas um objectivo a alcançar com alguma plenitude apenas a médio prazo. Antes disso, é necessária uma fase de educação para a utilização dos manuais pelos alunos e para a sua produção pelas editoras em moldes que isso seja possível em boas condições, a partir do 3º ciclo, por exemplo. Nos primeiros anos de escolaridade, acho complicado pois retira aos alunos a liberdade para o manuseamento do material que não sentem como seu. Sim, há sociedades em que isso acontece, em que os bens são vistos como de algo comum, em que os indivíduos devem respeitar interesses mais altos do que a sensação de propriedade individual. É aí que o meu colectivismo esbarra um bocado, substituído por um despesismo público que talvez seja esquerdista, talvez individualista, não sei, perco-me nos rótulos. Prefiro que os manuais sejam mesmo dados a quem deles precisa e comprados por quem o pode, preferindo poupar em não andar a substituir manuais ao ritmo delirante de cada novo conjunto de metas, programas, ortografias ou manias. O desperdício nos últimos 8-10 anos em materiais relativos a Português, Matemática ou o Inglês de Cambridge daria para muita coisa. Já nem falo em alguma contenção nas árvores abatidas para produzir tanto bloco pedagógico e na tinta escorrida para tanto berloque ilustrativo.

Último detalhe, mais afectivo… eu sei que não partilhado por muita gente. Mas… como reconstruir a memória de uma infância sem os velhos livros da escola?

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