Contas

Em vez de me envolver numa discussão algo espúria, em que os números são meras cortinas de nevoeiro sobre a realidade, remeto-vos para uma análise ponderada dos números do orçamento da Educação. É interessante notar-se como se percebe de que forma se faz spin com o que se usa, ano a ano, para as comparações. O que repito é que o orçamento inicial para um ano (neste caso 2017) parte do orçamento realizado no ano anterior (o de 2016, ainda não encerrado). Por isso, o que se percebe é que a reversão passa algures, não por aqui. Bem podem verdasquetes ou nogueiritas clamar outra coisa, não estando fora de cogitação uma intervenção brilhante do secretário de Estado a explicar toda a dinâmica orçamental na ausência política e intelectual do ministro nestas matérias que lhe excitam pouco a atenção.

sinal

Sumiços

Ao início da tarde, o Expresso partilhava esta notícia:

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Chegando a casa, fui atrás da ligação e…

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No entanto, na TSF, a notícia mantém-se… sendo que é algo que não me espanta absolutamente nada, embora exista quem ande com o barrete até aos pés mais tempo do que muita gente em relação ao Crato. Não sei se é por causa das falinhas mansas e das muitas reuniões à mesa das negociações que não há vestais façanhudas a rasgar as roupas e a convocar lutas. Sendo que a mim, enquanto professor, pouco interessa se andam com o rabo das calças a roçar muitas pelas cadeiras do ministério, se o resultado conseguido é – como se vai constatando – abaixo de zero.

Pizza

Porquê?

Saiu hoje com o Público uma novela gráfica relacionada com o tema do cancro da mama, com o custo de 11.90€ mais o preço do jornal (1,70€). Ou seja, 13,60€ no total.

Só que, desde ontem, já estava o dito livro à venda nas fnac, com o mesmo preço de capa e o habitual desconto de 10%, dando um total de 10,70€ para quem tem o cartão de aderente. Ou seja, menos quase 3 euros do que o livro custa hoje, de acordo com as regras do livro mais jornal. Pelo que, tirando idiotas como eu que pediram para reservar o livro, a maioria dos interessados poderia comprar o livro e deixar a malta do Público de euros a abanar.

Já há uns meses tinham feito este tipo de gracinha com a primeira série das novelas gráficas. Depois de pagarmos cada livro e jornal (9,9+1,2€), descobríamos que estava tudo à venda na fnac por menos de 9€, ficando um tipo a pensar o quão parvo tinha sido em reservar semanalmente a coisa. No fim da colecção foram mais de 20 euros “perdidos”.

Eu sei que não sou formando nas Ciências da Gestão e do Empreendedorismo, mas isto parece-me estúpido pois é uma forma de reduzir as vendas potenciais do livro pelos leitores ocasionais do Público e de os que o compraram se sentirem defraudados. Uma no win situation, para o jornal e os seus compradores. Mas devo ser eu que não estou a ver a profunda genialidade da coisa.

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Ai, Portugal, Portugal!

Andas de olhos esbugalhados, entre o espanto do que te vai acontecendo e a falta de um horizonte fixo, a carregar-lhe nos smarties para esquecer e a modos que a ficares assim de pernas meio bambas para não dizer pior, enquanto a voz se te vai esvaindo não se sabe bem por onde. Só falta mesmo tropeçares e ficares de rabo no ar, a dar a dar…

Bravo! Bravo! Diz a Maya.

Já pensaram que esta poderia ser a solução para apanhar o Pedro Dias? Já viram o Marte Ataca? Bastaria colocarem uns todo-o-terreno lá pelas imediações de Aguiar da Beira com altifalantes do tipo anúncio da feira da vila com a música da Maria Leal e ele entregava-se em menos de um tempo. Sei que é de uma violência atroz, mas…

Ingenuidade

Pensava que eram os professores de base que determinavam a luta e a Fenprof que a enquadrava como uns dos seus sindicatos representativos. Pelo menos foi isso que me ensinaram os ortodoxos da luta de massas. Parece que estou errado… os professores, mesmo os quie pagam quotas, surgem em últimos na ordem das precedências protocolares na definição da “luta”.

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Serviços Outrora Públicos

Os Correios. Privatizados. A qualidade do serviço a descer a pique. A distribuição, em algumas alturas, parece semanal ou, com sorte, bi-semanal. As contas chegam sem problemas, o resto logo se vê. A média é uma entrega errada em cada quatro. Há revistas que deixei de assinar, pois parece que nem chegavam a sair do centro de distribuição ou então havia um extravio selectivo. Os avisos para levantar pequenas encomendas com a indicação do “não atendeu” são mais do que muitos, quando nem sequer tocam à campaínha, pois os carteiros não têm condições de espaço nas motoretas para trazer as coisas e já trazem os avisos feitos, nem vale a pena confirmar se estamos mesmo em casa. Se isto é a modernização e a melhoria de qualidade dos serviços vou ali e já volto daqui por duas semanas. Mas sempre podemos comprar livros e revistas nas estações e parece que até fizeram um banco e tudo. Parece que é empreendedorismo e que os correios públicos é que eram maus. Se calhar ainda não eram do século XXI.

Peris