Hoje, as notícias chegam no mesmo dia, vindas de todas as partes do mundo. Ouvem-se em todas as vendas e nos numerosos cafés que abriram na Vila. As telefonias gritam tudo que acontece à superfície da terra e das águas, no fundo das minas e dos oceanos. O mundo está em toda a parte, tornou-se pequeno e íntimo para todos. Alguma coisa que aconteça em qualquer região todos a sabem imediatamente, e pensam sobre ela e tomam partido. Ninguém já desconhece o que vai pelo mundo. E alguma coisa está acontecendo na terra, alguma coisa de terrível e desejada está acontecendo em toda a parte. Ninguém fica de fora, todos estão interessados.
Manuel da Fonseca, “O Largo” (1951) in O Fogo e as Cinzas (edição da Europa-América de 1972, pp. 11-12)
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Se era assim nos anos 50 como assimilaremos a atualidade?
Aprendemos a filtrar, a selecionar, ganhamos poder critico.
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