Ao contrário de quem não lê as pessoas de que desgosta ou que transmitem opiniões com que não concordam, eu leio atentamente algumas das maiores sumidades e luminárias que se instalam (por vezes longamente) em posições que considero erradas.
Por isso mesmo, li do início ao fim a prosa de Albino Almeida no Sol de sábado, ao ponto de deparar com esta pérola final que resume a forma de estar e pensar de algumas pessoas que vão fazendo sucesso por aí, aquele sucesso feito de aparências, porque é assim mesmo.
Vejamos, então, como o ex-presidente da Confap e parceiro dedicado de tanto titular da pasta da Educação, sempre que o vento sopra de feição, conclui a sua defesa das medidas anunciadas pelo ME para o emagrecimento dos currículos e promoção do sucesso escolar:
Sim, leram bem… o que interessa em primeiro lugar é “comparar melhor”, porque “o sucesso virá depois!”, seja lá do que é que ele está exactamente a falar. Portanto, o que interessa é comparar melhor (em termos estatísticos), parecer que se está bem, melhor, o que for. Porque o contrário (sucesso e depois melhor comparação, ou seja, primeiro a coisa e só depois a representação) é coisa da malta que defende as teses de que as aparências são facilitistas. O sucesso mesmo pode vir depois… se é que vem ou precisa mesmo de vir porque, se já parecemos bem e comparamos melhor, se calhar o essencial está fêto.
Resta saber se isto foi à revisão e é mesmo assim que queriam que fosse ou se foi apenas (mais) um insucesso na produção escrita do autor, um despiste para a verdade.