Convidados?

Como? Qual o critério? Por conhecimentos próximos? Ser dos escuteiros dá créditos extra? Ter pai na concelhia? E uma consulta deste tipo faz-se em meia dúzia de horas, desta forma?

Diz o ministério no comunicado que para o dia 4 de Novembro, “foram convidados alunos de várias escolas portuguesas, divididos em cinco grupos: 1.º ciclo, 2.º ciclo, 3.º ciclo, secundário (Científico-Humanístico e Profissional) e pós-secundário (alunos que estão a frequentar o Ensino Superior). Estes alunos participarão, durante a manhã, em workshops de discussão.” À tarde, acrescenta-se, serão apresentadas conclusões e, no fim da conferência, o ministro será “moderador” de um painel de alunos.

“Tradicionalmente, os alunos não são ouvidos em contexto de gestão curricular. Esta conferência visa corrigir essa prática, chamando à discussão os principais beneficiários do trabalho em curso, mas sobretudo coligindo os dados que esta auscultação gerará”, acrescenta o ministério.

Vamos lá ser sérios… as conclusões já existiam antes de qualquer consulta. Tudo foi uma habilidosa formalidade em que, no caso dos professores, se fazia um convite para que se queixassem da extensão dos programas, sem sequer lhes dar qualquer hipótese de fazer sugestões. Admito que esta é uma maneira espertalhona de fazer passar a ideia de que se está a fazer a coisa de forma participada. E muita gente engolirá e muitos serão os que aplaudirão e apedrejarão quem ousar dizer o contrário.

Clown

 

As Tribos Modernas

Reagem de forma mais selvagem do que as antigas, não por sentirem um seu membro ameaçado, mas porque acham que lhes estão a negar o pão nosso de todo o dia se alguém criticar a inconsistência entre a teoria e a prática. Num momento em que as esquerdas ditas “alternativas” ou “radicais” têm uma hipótese de moralizarem um pouco a vida pública, preferem atirar sobre quem fala nisso do que praticar os credos proclamados anos a fio. Seria triste se não fosse de esperar e se não ficassem reféns de chantagens de um PS cada vez menos incomodado com práticas que se queriam de outrora. A real politil dos interesses sobrepõe-se a qualquer pretensão ética. Não são apenas os autarcas impunes, os gestores da caixa omissos ou os casos mais mediáticos de licenciaturas virtuais. É o princípio de alguma acomodação à vidinha do quid pro quo.

hienas