Cada Um@ que Fale por Si…

… e não distribua barretes aos outros. Se a shôtôra faz isso, não devia. Se sabe que há quem faça, ó faxavor diga-o e deixe-se de generalidades da treta. Agora parece que todos são o ken robinson lá de casa e nós que @s aturemos.

“Quantas vezes, nós, professores, matamos a criatividade dos alunos dentro da sala de aula”, porque, por exemplo, “é preciso cumprir o programa”, questionou Ana Abrunhosa.

São, portanto, os professores que matam a criatividade? Se calhar é verdade, em especial se levarem grande parte do seu tempo a lamuriar-se com a falta de tempo. Mas penso que, neste particular, temos mais alguém a falar do que não sabe, a fazer fé no currículo de sucesso na área da burocracia política do regime. Mas há pouco que esperar num encontro de junkies do empreendedorismo subsidiado e de quem lhes facilita.

coice-da-jumenta

Resumindo

O primeiro-ministro escolhe um secretário de Estado que o ministro desconhece.

O ministro escolhe um chefe de gabinete para o secretário de Estado que este desconhece.

Infelizmente, é normal, moeda corrente, business as usual. A República das Bananas em velocidade de cruzeiro, o jotismo mais rasteiro em piloto automático. Não há inocentes, nem os indignados, sejam eles o ministro ou os que o querem demissionário, tendo feito o mesmo. Ou acham que o Casanova foi escolha do Crato?

Frade

Fumo ou Fogo?

Não sei quem sai pior de tudo isto… mas ainda é capaz de ser o efémero secretário de Estado que já deu umas três versões públicas para o mesmo facto. Que se decida sobre o que aconteceu e porquê. E que na imprensa se decidam com os apelidos que apresentam a identificar o ministro (o Meneses e o Wengorovius dançam como o Cougar e o Mellencamp do John). E, afinal, a exoneração pretendida era por causa falta de assiduidade, de qualidade ou de habilitações? E, talvez mais importante, não tinha sido ele a escolhê-lo ou os chefes de gabinete dos governantes (caro por excelência de confiança pessoal e política) são nomeados a partir de fora?

Tudo isto é bem revelador da forma como isto tudo funciona, mas nem por isso podemos falar em transparência, mas antes numa forma pastosa de lodo malcheiroso.

shit-hitting-the-fan

Demissão

Li, meio distraído, num daqueles rodapés que passam nos canais noticiosos pela manhãzinha que há quem esteja interessado em que o ministro da Educação se demita. Discordo, como já discordei em outras situações bem mais friccionantes. Mesmo nos tempos de Maria de Lurdes Rodrigues, achei que quem faz alguma coisa em que acredita – mesmo que seja uma tremenda [pi-pi-pi] – deve ficar até ao fim e assumir a obra. Mesmo se acho que ele é apenas uma montraria do ME, acho que Tiago Brandão Rodrigues não deve demitir-se ou ser demitido. Sabendo ou não da licenciatura do outro tipo. Mesmo que tivesse sabido, isto não é o watergate, é uma tretazita do costume que já faz parte do cenário de uma classe política medíocre que recruta chefes de gabinete entre quem lhes andou a fazer fretes às claras ou escuras em jotas, blogues ou outras coisas. Há coisa muito pior e sabemo-lo. Eu sei lá se todos os meus próprios colegas de curso terminaram todas as cadeiras da licenciatura? Eu nem sequer vi pautas com classificações do mestrado onde andei e consta-me que existe quem tenha, em seu tempo, apresentado notas no seu currículo que nunca foram vagamente oficiais, mas o certificado demorava anos a fazer e quando esteve feito, já as pessoas estavam nos lugares e tinham apagado essas referências mais espúrias. A coisa é assim, infelizmente. Sim, é grave, mas não é motivo para demissões e o ministro depois de uns anos fora, porventura, nem saberá bem do que se anda a falar.

Se ele deveria ter sido ministro em primeiro lugar? Não, claro que não e há quem saiba – amiga e vizinha comum – que eu disse cedo que o ministro deveria ser o actual secretário de Estado João Costa, pessoa com conhecimentos na área e articulada no discurso, que quase me consegue convencer daquilo de que discordo fortemente. E que só não seria ministro se não quisesse. Algo que mantenho; acho que foi João Costa que se quis resguardar e fez muito bem. Com o andar da carruagem, percebi entretanto que em matéria de eminências pardas na área da Educação há dois aparachicos que deveriam ser secretários de Estado: José Verdasca, sempre fiel a Sócrates e MLR que não deveria, qual Capucha deste mandato, ser apenas um “alto quadro” sem grande visibilidade pública, e Porfírio Silva, a formiga operacional para todas as intervenções locais e regionais para reforço da fé dos militantes, agora já mais definido no seu pensamento do que nos tempos em que comentava no Umbigo, indeciso entre a fidelidade partidária e o bulldozer rodriguista. João Costa, José Verdasca, Porfírio Silva, a equipa ministerial que deveria ser mas não é porque em política pequena nem sempre o que é parece e nem sempre é quem o merece. Bem (um) ou mal (outros).

Joker

Explicações

O documento chegou-me ontem, embora não esteja datado. Acerca do tema explicações, muito haveria a dizer, mas nunca de forma desarticulada de todo o mundo nem sempre claro dos centros de estudos e coisas assim. Nunca dei explicações, se exceptuar, há quase 30 anos, a irmã de uma amiga minha de Faculdade que tentava fazer os exames do 12º ano. Mas acho que é uma actividade como muitas outras, legítima, desde que desenvolvida com um mínimo de ética. O que nem sempre acontece. Relembro, neste caso há mais de 30 anos, uma das minhas melhores professoras do Secundário que nos aterrorizava nas aulas, antes de sugerir que frequentássemos as suas explicações. penso que nos demos muito melhor depois de eu lhe ter respondido que não lhe pagava para que ela fizesse o trabalho que deveria fazer nas aulas. Curiosamente, foi a única professora que visitei nas suas aulas, depois de estar na Faculdade. Sei bem até que ponto há zonas cinzentas em tudo isto e que alguma moralização (ainda) é necessária. A qual deveria ser extensível a quadros do ME que – vamos dizer que em tempos, quando as vacas eram mais gordas, embora agora ainda tenham alguma coisa para as leiteiras certas, mais na área do sucesso, quiçá – recebem para dar, por exemplo, formação em matérias que fazem parte das suas funções de apoio às escolas. Entre outros pormaiores particulares.

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