Há algo em mim que hesita entre o sorriso condescendente e o pavor quando leio que o modelo da escola de massas “onde um professor ensina ao mesmo tempo e no mesmo lugar dezenas de alunos” que foi herdado da Revolução Industrial (nossassenhora, quanta treta histórica, pois a generalidade dos sistemas nacionais de ensino nascem dos projectos políticos liberais associados à criação dos Estados-Nação) precisa urgentemente de ser substituído por um outro mais progressista, mais avançado, adaptado aos novos tempos e novas tecnologias que, no fundo, permitirão que um professor ou mesmo uma máquina ensine à distância não dezenas mas centenas ou mesmo milhares de “alunos”. Ainda não consegui perceber se certos arautos do “futuro” e da “escola do século XXI” percebem exactamente as consequências práticas das suas excitações intelectuais. Porque me parece que ainda não entenderam que aquilo que, na generalidade dos casos, defendem é exactamente o caminho mais directo para o contrário do que proclamam. Porra, isto cansa!
Entendamo-nos… eu também acho que precisamos de mudar, quiçá de “paradigma”, mas quer-me parecer que é no sentido contrário da despersonalização e do acréscimo de intermediações tecnológicas entre os elementos humanos nos processos e actos educativos.