Novo Ano

Poucas esperanças em relação a grandes mudanças para melhor em 2017. Infelizmente, já nos começa a satisfazer que as coisas não piorem. Mesmo se isso está longe de chegar como horizonte de vida. Em 2016, em termos pessoais, foi muito importante e excelente para a minha sanidade mental atirar lá bem para o fundo das prioridades tudo aquilo que ficasse muito fora da cerca do meu quintal. Digamos que a publicação do livro sobre a manifestação de 08/03/08 serviu para encerrar praticamente em definitivo (o fecho do Umbigo em 2015 tinha sido o primeiro passo, a que se seguiram algumas desvinculações mais ou menos institucionais este ano, em defesa da minha liberdade para criticar sem arreatas de qualquer tipo) um ciclo com quase uma década de demasiada agitação e vaga esperança numa contribuição para que algo pudesse mudar no sentido certo. O passado está enterrado e resolvido. Resta agir esporadicamente sobre os maiores disparates do presente que possam comprometer de forma mais negativa o futuro. Uma espécie de descodificador ocasional das retóricas da treta mal disfarçada que nos andam a servir. Mas sem stresses. A verdadeira vida vai muito para além do túnel em que nos enfiaram e de onde insistem em manter-nos, mesmo se pode condicioná-la em muito. A esperança não é a última a morrer, mas, coitada, já está muito entrevadinha e mal se mexe nestes tempos de geringonça educativa, em que quase todos estão amordaçados e chateados com quem não alinha na trincheira. 2017 não vai ser grande coisa e irrita-me um bocado aquela coisa do “próspero ano novo” quando sabemos que não o será. Mas vamos ter de o viver na mesma e esperar que isto não vá tudo pelos ares, cortesia do donald e do vladimir em dia de ressaca.

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O Peso do Passado

Amarra-nos a ter de ouvir sempre os mesmos a sugerir ideias para o “futuro” aos que são, em muito, responsáveis pelo presente que repudiam (só faltou um depoimento do Cavaco, porque quase todos os restantes já se foram). Se os “novos” são de muito pior qualidade? Concordo? Mas quem fertilizou o terreno por onde irromperam tantos fungos de duvidoso paladar?

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A Normalidade Aberta

Com jeitinho, ainda cita Popper a propósito da malta ser livre para trabalhar sem receber (na esperança de que algum mentor lhe acabe por arranjar um tachito numa investigação subsidiada pela efecêtê ou que a secretária faça nomeação adequada para alguma comissão comemorativa).

Quem muito o elogiou à chegada, que o defenda e ature.

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Público, 29 de Dezembro de 2016

 

O Verdadeiro Tuga

Vai ao IKEA tomar café e comer um pastel de nata por 50 cêntimos, mas é incapaz de fazer a única coisa que lhe pedem, que é colocar o tabuleiro no ponto de recolha.

Também há aquele que se põe no meio da loja aos gritos, porque ninguém o vem atender, e depois rasga o plástico dos objectos para ver como são e apalpar o material, mesmo estando expostos defronte da sua patibular fronha.

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Mas Dá Estatuto

Poder escrever “professor do ensino superior” na profissão, mesmo que se receba à jorna, como nas limpezas (sem desprimor, claro). Normal e pontual dizem alguns reitores. Uma vergonha, dirá alguém menos dado a modernices laborais.

Mas é bem verdade que conheço quem até fosse capaz de pagar para…

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Dúvida

Como se chega a delegado sindical, daqueles que até vão às escolas perorar sobre as maravilhas ou malefícios da geringonça, sem praticamente se ter dado aulas? Parecendo, assim só de olhar, que é pessoal no limiar do tempo de serviço para se vincularem, caso tenham sorte na lotaria extraordinária?

Sublinho que não fui eu que observei, apenas veiculo (um digno colega que acabou como chefe de departamento de um colégio do topo há uns bons anos escreveria “vinculo”, mas isto são outras memórias…) o que me foi relatado a partir de uma zona mais central do país, esperando eu que acreditem que nem percebi se era fené, se era profe. Era um essepê qualquer coisa e eu tenho uma certa dislexia para estas coisas.

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