Quando se ouvem e lêem as opiniões de sucessivos governantes na área da Educação percebe-se até que ponto se consideram os pastores esclarecidos de um rebanho de professores sem saber próprio, sem orientação, desfasados de tudo, até os encaminharem na direcção certa. Sempre que algo corre bem as políticas foram eficazes, sempre que algo corre mal é porque existiram erros de implementação nas escolas ou “falhas de comunicação” (leia-se… a carneirada não entendeu a mensagem… explicação muito comum por exemplo quando se procura elevar MLR aos píncaros). Até podem, em termos individuais e pessoais, terem consideração por alguns professores que conhecem e não é raro terem parentes professores, excepcionais, ou seja, fora da regra da ovelhada dominante que precisa ser pastoreada para campos mais verdes do que o verde, ele mesmo. Os piores são exactamente os que até conhecem alguma coisa do sistema, pois extrapolam as asneiras que conhecem para todo o universo (salvos as excepções familiares ou amizades) e vai de zurzir a partir de um par de más práticas que conheceram em primeira mão. mesmo quando a razão de queixa é escassa, pois é raro padecerem de males comuns.
Agora imaginem que se devolve na mesma moeda e se generaliza a todos os políticos e governantes o que conhecemos de muito mais do que uma mão cheia deles. Não gostam, detestam a simetria, sentem-se injustamente tratados, dizem que só sabemos dizer mal e que lhes invejamos o estatuto. Quando, afinal, apenas nos recusamos a dar a milésima face à chapada.