Um acto razoavelmente útil quando não se trata de grelhar tempo, naqueles modelos mais do que ultrapassados de encaixar tudo o que se pretende fazer, minuto a minuto, numa metodologia curiosamente muito cara às mesmas pessoas que defendem a criatividade e a espontaneidade no ensino. Parece paradoxal e até é, mas é uma realidade que sempre me fascinou, o cruzamento dos promotores do sucesso e do ensino centrado nos alunos com a defesa da grelhagem planificadora do tempo para essas mesmas aprendizagens, como se tudo fosse uma métrica perfeita. Aquilo a que se convencionou chamar eduquês, termo agora em desuso pois os seus grandes protagonistas na formação de professores nos anos 90 estão de novo na mó de cima, tem muitas destas incoerências. Assim como os seus agentes padecem de uma radical estagnação conceptual na forma como pretendem prever tudo, atribuir uma escala temporal a cada actividade, embora defendam muito a flexibilidade, as abordagens transversais e aquelas coisas dos raciocínios críticos complexos. Mas sempre com hora marcada e ai de quem não cumpra.
Já no meu caso, gosto de planificar um processo de ensino que tenha um conjunto de objectivos – até lhes posso chamar “metas”, que agora está na moda – e um leque de estratégias para lá chegar, mas as assaduras sempre incomodaram, porque me parece que a falta de imaginação, de verdadeira atenção aos “grupos-turma” ou a cada aluno na sua singularidade, se encobre muito no labor das tabelas e em conversa fiada.
Mas quando planifico, cumpro. O que estranho é quando os viciados em grelhas e planificações não o fazem, embora de dedo em riste, sempre em busca do desalinhamento alheio.
Nem imaginas como sorrio com este registos.
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Com tanta grelha, não admira que cheire a esturro eduquês…
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Muito de acordo com o Paulo Guinote. Juntarei a recrudescente febre pelas ponderačões no EB
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Há quyem pondere tanto que nem consiga dar o raio da nota em seu devido tempo. Parece que depois de meses de aulas, ainda precisam dos últimos 5 minutos para decidirem. Se é no 3º período, ainda se entende ligeiramente, mas…
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