Em cinco turmas. Dá uma por turma. Por mim, não vai o Erário Público à falência e muito menos a Auto-Estima estudantil. Afinal, ao contrário do que parece não sou viciado em chumbo (terei sido apanhado pela verdasquice? ou será espírito natalício?). O que não gosto é de proibições. Explícitas ou encapotadas. Ou disfarçadas em argumentos do tipo cócó-na-fralda. O que quer que isto queira dizer. Mas apeteceu-me.
Dia: 18 de Dezembro, 2016
Os Factos
Li “numa rede social”, no mural do Vítor M. Teodoro, a seguinte reacção do Rodrigo Queirozeze e Melo ao que escrevi aqui ontem sobre a opacidade dos dados do ensino privado. Diz ele:
Caros, que tal perguntar antes de insultar? Era mais sério. mas dá trabalho e a verdade pode não interessar. Aqui vai mais uma vez: o privado dá ao ministério anualmente todos os dados que o ministério exige. Os contratos de associação dão os dados iguais ao público estatal. Mas como isto não dá jeito, todos os anos o argumento volta (e são sempre os mesmos). Este ano houve um indicador oficial… Mas o privado afinal também parece que ensina bem neste. O tema do artigo era mesmo esta situação: enquanto gente com responsabilidade estiver mais preocupada a atacar quem pensa diferente do que em garantir que TODOS APRENDEM é garantido que os filhos dos pobres nunca terão acesso a educação de qualidade. Claro está que os filhotes estão sacos [sic] – no privado ou no estatal chique. Esta gente acredita mesmo que filho de pobre não aprende. Lamento.
Ora bem… “esta gente”, por acaso, tenta dar um ensino de qualidade a todos, incluindo os mais pobres, só que nem sempre se consegue que os meios estiquem para fora das capelinhas. “Esta gente” não tem filhos no ensino privado ou estatal chique, até porque acredita no que diz, ao contrário do RQM que diz muita coisa em que talvez não acredite mesmo (pelo menos, foi a ideia que me ficou de algumas conversas que tivemos). Pensará ele que todos somos como aqueles que conhece mais de perto? Certamente não será tão ingénuo.
Mais o mais importante é que “esta gente” tem tendência a falar verdade e o que escrevi foi que as escolas do topo dos rankings não fornece os dados de contexto que as escolas públicas são obrigadas a fornecer. O RQM tenta meter as de contrato de associação pelo meio (que não estão no topo, que são apenas uma minoria do ensino privado) para nos tentar baralhar, mas há quem não vá nisso.
Repare-se no quadro disponível na mesma “rede social”, neste caso no mural do Nuno Oliveira:
Mantenho o que escrevi… escolas privadas que não facultem todos os dados que as públicas disponibilizam, deveriam ser excluídas dos rankings oficiais. “Esta gente”, ao contrário de outros, para sobreviver não precisa de lançar fumaça sobre os assuntos.
Percebeste, Rodrigo? Se não percebeste, lamento. Apesar de toda a tua esmerada educação, parece que a minha escola pública (de fundo de ranking) ensina melhor a respeitar os factos. Alguém diria a verdade, mas eu não ouso, apenas acho que te baralhas. Com frequência. Como gostei imenso da forma como, assim meio a despropósito, metes a família dos outros ao barulho, numa discussão destas. Sabes… mesmo vindo de uma escola da base dos rankings, com pais apenas com a 4ª classe, aprendi que esse tipo de atitude é que é de uma má educação a toda a prova. Lamento. Embora não estranhe. O desnível.
A Pólvora Redescoberta
Parece que finalmente é possível verificar o óbvio… que existem escolas públicas melhor colocadas nos rankings porque, apesar de estarem em contextos não muito desfavorecidos, chumbam muitos alunos que não garantem bons resultados. Nada que não se consiga constatar olhando em redor, em zonas com muitas escolas “em competição”, em que algumas direcções se gabam de ter a manta a tapar-lhes a cabeça, quando estão com os pés de fora. Mas enfim… deixemo-nos de coisas próximas.
Agora só falta arranjar indicadores que permitam verificar a limpeza que muitas escolas privadas fazem aos seus efectivos discentes, antes dos exames ou provas finais ou mesmo à entrada do ano de final de ciclo de escolaridade.
Tudo isto é fácil de fazer e o ME tem todo o tipo de indicadores sobre o que se passa nas escolas públicas. Restaria, ao nível dos auto-propostos, não ir em busca apenas dos que anularam a matrícula na escola de origem, mas também dos que aparecem, de repente, assim meio de pára-quedas, porque o “colégio” procedeu a um aconselhamento ou orientação de carreira. O problema é que nem sempre existe a capacidade ou vontade suficiente para clarificar todos os indicadores possíveis. Há os que conseguem sempre ficar na gaveta.
Porque ou comem todos do mesmo pão ou a transparência fica meio opaca, sempre do mesmo lado da janela.
Boa Tarde
Quase, quase a entrar em estágio para as runiões, até agora, durante o fim de semana ainda não pus os olhos em nada preparatório… mas vai chegar a hora…