Personalizada???

Não consigo articular muito bem o que isto me faz despertar na ponta dos dedos. Porque, que merda, custaria muito a alguém – uma pessoa, já que se fala em “entrega personalizada” – fazer 3 km num carrito, mesmo que fosse parte em terra batida, ó cruzes, credo? Afinal, não seria tentar entrar em Aleppo, certo?

Ou alguém achou que era mais giro brincar com o zingarelho, dando a entender que é outra coisa? Quanto custou a coisa, já agora?

O município de Penela, no distrito de Coimbra, testou, esta terça-feira, um projeto-piloto de entrega personalizada de refeições por drone a idosos em aldeias isoladas, no âmbito do apoio domiciliário prestado pela misericórdia local.

Em quatro minutos, um drone transportou a partir da vila de Penela a marmita com a refeição de um homem de 79 anos, que reside sozinho na pequena aldeia de Podentinhos, situada a cerca de três quilómetros, com parte do caminho em terra batida.

coice-da-jumenta

 

Corrupção como Forma de Estar

Leio que o Estado vai retirar aos privados o exclusivo do “negócio do sangue” (expressão abjecta em si mesma). Resta saber se nomeia para o “gerir” do lado público alguém recrutado exactamente nos meandros menos evidentes da corrupção detectada, para parecer que se mudou o que fica quase na mesma, mais ou menos arquivamento ou prescrição.

Porque os serviços públicos não são naturalmente mais impolutos do que os privados se as moscas forem as mesmas, com os mesmos voos.

merda

Massa Crítica

Todas as maiorias tentam, como se receassem dissolver-se, condicionar qualquer manifestação de discordância ou crítica em relação à situação em que o poder é seu. Tudo é bom, o melhor, impossível ser de outra forma. Foi assim durante a última década, rosa e laranja, conforme os tempos. Agora que temos uma maioria multicolor, não percebo se a insegurança é maior ou menor, mas sei que são vários os aparelhos ao dispor para tentar calar quem desalinhar da sebenta oficial. Após dia 4 de Outubro de 2015, como já o fizera em 2009, defendi esta solução governativa. O que é muito diferente de passar um cheque em branco em relação a todas as políticas sectoriais. No caso da Educação, à conta de umas medidas de cosmética, os professores, em particular a larga maioria dos que estão em exercício – os “velhos”, aqueles que andavam nisto quando alguns já tinham fugido das escolas e outros ainda usavam cueiros e não liam briefings matinais com a k7 – ainda não viram nada de muito substancial mudar na sua condição laboral específica. Os seus representantes mais façanhudos, amarrados, com trela curta, encenam lutas de que nas salas de professores nem se ouve o mínimo rumor. E desgostam imenso que isso seja dito, sem medo das represálias do costume, a começar pela ofensa imensa de se ser “de Direita”. A mim o que desgosta é achar-se que devemos abdicar da nossa capacidade crítica, só porque há pizzas melhores para os do costume, os que agora nem aparecem pelas escolas.

Se juntarmos isto ao aggiornamento de alguma comunicação social aos interesses, esses sim, de algumas capelinhas de liberais de aviário, ficamos no mato sem cachorro, gato ou escaraminhão pintado, pois os outros das notícias estão completamente alinhados com o que há. E quanto levantamos cabelo é porque somos corporativos e incapazes de ver o bem maior. Fora o que é dito à boca pequena sem pimenta da língua para se tentar desacreditar os incréus.

Ide catar-vos. Em especial os que sabem que eu sei que vocêses sabem que eu sei o que fizeram no Verão passado e neste Outono por acabar.

CatAlice