Na 2ª parte da reportagem da TVI sobre os manuais escolares. Há por ali demasiadas pistas não exploradas. Apesar do anúncio de que se iriam revelar conexões com o poder político, isso ficou por cumprir com clareza.
É possível uma ex-ministra dizer que “não sabe” porque não baixou o preço dos manuais no seu mandato? Dizendo em seguida que foi ameaçada pelos editores (mas não era ela que enfrentava todos os interesses e corporações da Educação?) e falando numa Autoridade da Concorrência a que não recorreu? E fica, assim para quem ouve com atenção entender, a referência ao facto das negociações terem sido conduzidas por um secretário de Estado que depois se tornou presidente do conselho de administração da UnyLeya?
É preciso vir eu aqui descodificar isso com clareza?
E o que dizer acerca de quem assinou uma convenção que dá uma parte leonina dos direitos aos interesses privados?
É possível um promotor escolar anónimo acusar os professores de não olharem ao preço dos manuais, quando depois se afirma que esse preço é praticamente igual entre todos?
É possível o presidente da Confap fingir que não há um eixo Porto-Gaia nisto tudo, com a sua organização a ser tão livre para dar opiniões quanto o Observatório dos Recursos Educativos?
Há coisas interessantes na peça, mas a inclinação para culpar as ofertas aos professores pelo preço dos manuais é uma vergonha, quando não se pergunta quanto é pago aos pseudo-consultores científicos dos manuais e ver quem são, por onde andam e andaram. É ridículo afirmar-se que não se sabe como é feita a composição do preço dos manuais. Uma coisa eu garanto: não são os autores e os professores que os encarecem.
A “opacidade” é uma entidade omnipresente e inamovível… apenas quando a vontade política escasseia ou se subjuga a interesses alheios. MLR mostrou que não passa de um tigre de papel: apenas se revelou altiva com os que enxovalhou previamente na praça pública. O seu Sec. Calhau comprovou o pulha que nele se percebia habitar. O Bininho II comprovou ser um trastezinho.
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Eu não escrevia melhor.
Obrigado pelo comentário.
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Continuam as pontas soltas. Muitas.
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E bem soltas…
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