Limites

Na área da Saúde já parece normal discutir-se até que ponto devem ir os esforços para salvar um paciente, sendo que os limites considerados razoáveis já começam a ter em conta os custos da própria vida. Há quem se indigne um poucochinho, mas mais nada.

No caso da Educação, aos professores exige-se que não existam quaisquer limites para o que devem fazer para “salvar” um aluno de ser retido, chumbar, não passar de ano. Mesmo que a criança ou jovem em causa explicite com clareza que não quer ser “reanimado” ou mantido em vida “artificial” (leia-se, passar com 8 negativas ou com classificações subidas para o efeito), depois de faltar a aulas sobre aulas, aparecer só para arranjar confusão, não comparecer às medidas paliativas e que piedosamente exista quem ache que são infalíveis, etc. Quando a “vida” daquele aluno é um perigo para a vida de quase todos os que o rodeiam. E sendo que a “morte”, tão dramatizada pelos especialistas como traumática, mais não passa do que um reboot anual, feito com a descontracção de um reinício de GTA San Andreas.

É isto que, entre outras coisas, me vem à cabeça quando, antes de começar um nova reunião, faço o balanço das faltas de uma turma ao fim 14 dias úteis de aulas e o retorno vem já na ordem das centenas, por muito que se tentem envolver ee’s, recursos, tutorias, o diabo a oito.

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A metáfora/comparação não é das melhores, está forçada, é hiperbólica? Leiam um texto do Eduardo Sá para compensar. Ou liguem ao Verdasca. Façam uma webinar. Whatever.