Há uns dias perguntavam-me se era esse o meu estado de alma, atendendo ao tom dos meus escritos. Respondi que não, que é mais desalento por ver retornar em força muito do que há 15 anos criticávamos como excessivo naquele delicodoce eduquês do sucesso a qualquer custo, das pedagogias palavrosas e cheias de estratégias diferenciadas que culminavam em grelhas de observação, registo e representação dos actos, das transversalidades curriculares esvaziadas de conteúdo e destinadas apenas a parecer que. Claro que há quem fosse adepto convicto dessa pedagogia que já foi moderna há muito tempo. Mas havia muita gente que criticava com convicção aquele estado de coisas pastoso e que, agora, depois de uma dúzia de anos em que a MLR e o Crato nos fizeram a folha e outros só serviram para parecer que não, já parece tomar por bom o que antes era mau, apenas porque já houve o muito mau. Não chega, até porque quase nada reverteu verdadeiramente do muito mau para quem já teve uma carreira e agora não tem. O resto? No fundo alguns floreados que caem pela base quando os interesses verdadeiros se levantam e a geringonça educacional não passa de um meio manso de domesticação.
Nada como levar com uma bigorna em cima para parecer que marteladas nos dedos são coisa boa.

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